Radioatividade pode entrar em cadeia alimentar no Japão
Os japoneses observam de perto a previsão dos ventos e chuvas no país, já que o material pode ser levado ao mar e ao solo, e eventualmente contaminar plantações, a vida marítima e a água consumida pela população.
O leite de vaca também é especialmente vulnerável, segundo especialistas, caso os animais entrem em contato com o pasto contaminado.
Segundo Lee Tin-lap, toxicologista e professor associado da Escola de Ciências Médicas da Universidade de Hong Kong, as águas que banham o Japão precisam ser testadas para saber seu nível de radiação.
"Ninguém está medindo os níveis de radiação no mar", disse Lee à Reuters. "A névoa que está sendo lançada ao ar eventualmente voltará para a água, e para a vida marítima será afetada [...] quando houver uma chuva, a água usada no consumo também será contaminada."
A Organização Mundial de Saúde disse nesta terça-feira que o Japão está tomando as medidas corretas para proteger sua população da radioatividade, incluindo a retirada de pessoas e a estocagem de iodeto de potássio, um antídoto à radiação.
Especialistas afirmam que qualquer exposição a material radioativo tem o potencial de causar vários tipos de câncer, e o risco aumenta quanto mais elevado for o nível de radiação.
Mas eles afirmam ser necessário medições mais precisas para o nível de radioatividade no Japão e na região para que se possa ter uma ideia mais clara dos riscos, já que os efeitos ao corpo humano dependem de vários fatores --como biotipo da pessoa e o tempo de exposição.
"As explosões podem expor a população à radiação por um longo período, o que pode elevar o risco de câncer. Os tipos são câncer da tiroide, câncer ósseo e leucemia. As crianças e os fetos são especialmente vulneráveis", disse Lam Ching-wan, químico patologista da Universidade de Hong Kong.
"Para alguns indivíduos, mesmo uma quantidade pequena de radiação pode elevar o risco de câncer. Quanto maior a radiação, maior o risco de câncer", disse Lam, que também é membro do Conselho Americano de Toxicologistas.
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