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Segunda - 14 de Março de 2011 às 17:30
Por: Sinézio Alcântara

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Grande cerca entrada de pessoas no Rio Paraguai
Grande cerca entrada de pessoas no Rio Paraguai

Aumentam denúncias de ocupações de áreas de preservação permanente e edificações nas margens do rio Paraguai, em Cáceres. Na área central moradores denunciam que, a construção de um pequeno parque de diversões, pela direção da Choperia Beira Rio, no final da Rua dos Operários, estaria impedindo o acesso da população ao rio.  Reclamam também que, a empresa responsável pela captação de água, no rio, cercou o local proibindo também a aproximação da margem. Pescadores afirmam que, nas proximidades do centro, é impossível praticar pesca porque, além do difícil acesso ao rio, os barcos hotéis, ancorados no porto, proíbem a aproximação de estranhos.

Embora as ocupações e edificações caracterizem crime ambiental, os responsáveis se justificam. “O local era uma área abandonada que recuperamos, acabando com o lixão que existia” enfatiza o empresário Paulo Sérgio Dias, proprietário da Choperia Beira Rio afirmando que “estou com a consciência tranquila porque tive licença de tudo para construir”. Sergio salienta que, além de dispor de licenciamento, a edificação contribui para amenizar a erosão do rio porque compõem de um “paredão” de concreto que assegura para que a barranca não se desmorone.

Além disso, o empresário garante que as pessoas que o denunciam o fazem porque estão inconformadas por ele ter acabado com o ponto de “noiados” já que, segundo ele, existe uma escadaria para que as pessoas tenham acesso ao rio. Disse ainda que teve que gastar cerca de R$ 30 mil para recuperar o “depósito de lixo”.  Diretor da empresa responsável pelo serviço de captação de água no rio, Paulo Roberto Ferreira, diz que o local sempre foi preservado para impedir que estranhos tenham acesso aos equipamentos. “Não podemos deixar que um local com inúmeros maquinários seja aberto. Seria colocar em risco o abastecimento de água na cidade, bem como a estrutura dos maquinários”.

Nenhum proprietário de barcos hotéis se prontificou a falar sobre a denúncia. Apesar das justificativas, os usuários reclamam do impedimento. “Infelizmente perdemos o direito ao rio. Foi se o tempo em que podíamos pescar ou até mesmo levar a família para passear em qualquer ponto sem ser molestado” disse o pedreiro Gregório Aparecido da Silva. “Não temos acesso aos pontos de pesca. Além das cercas de proteção, os donos de barcos hotéis proíbem qualquer aproximação de estranhos às embarcações” completa o caminhoneiro Antônio Dias de Moura.

O aumento da degradação é resultado da falta de fiscalização para cumprimento da legislação ambiental. Em 2007, após a comprovação do aumento considerável de ocupações e edificações, o então promotor Wagner Antônio Camilo, propôs o cumprimento da lei e a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para exigir a desocupação e, consequentemente, o reparo e reflorestamento da área. “Todos que, comprovadamente, degradaram o meio ambiente serão processados e terão que reparar o erro, através da desocupação e reflorestamento da área”, afirmou.

A assinatura do TAC foi a alternativa encontrada conter o avanço do crime tendo em vista que as margens do rio haviam sido, praticamente, loteadas, por proprietários de pousadas, acampamentos de pescadores e cevas de pesca. Um dos pontos mais citados foi a região do Empa, onde dezenas de residências estão edificadas, próximos a margem do rio. A proposta não vingou. A ideia se perdeu porque a maioria dos moradores são pessoas influentes na sociedade.
 






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