Divididos sobre como colocar um fim ao reinado do líder líbio - bombardeios, zona de exclusão aérea, fornecimento de armas à oposição -, os ocidentais demoraram e foram ultrapassados pela realidade no território e pela retomada de cidades pelo exército leal a Kadhafi.
Pouco explícitos até o momento, os posicionamentos americano e russo sobre uma eventual operação militar - desejada por Paris e Londres -, oficialmente para proteger a população líbia, são muito esperados. A pressão sobre Moscou por um sinal verde no Conselho de Segurança da ONU deve ser forte, segundo uma fonte próxima ao caso.
"Nenhuma opção foi descartada", reafirmou nesta segunda-feira o Ministério francês de Relações Exteriores, sem dizer se um acordo sobre um projeto de resolução na ONU, pré-requisito a qualquer ato de guerra, estava sendo idealizado.
Para Paris, o objetivo é "ir rapidamente à ONU" com um projeto de resolução, sendo "o mais amplo possível" .
Agora que as tropas do coronel Kadhafi colecionam vitórias, a resposta internacional, caso um consenso sobre uma ação militar seja alcançado, corre o risco, no entanto, de chegar tarde demais.
"A eficácia seria muito maior na época em que as forças do coronel Kadhafi estavam relativamente desorganizadas, no início do conflito", considerou Jean-Pierre Maulny, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris). "Quanto mais esperarmos, maior deverá ser o compromisso", acrescentou, revelando que Barack Obama não parece favorável ao acréscimo de um novo conflito, além do Iraque e do Afeganistão.
"Na semana que vem, pode haver ataques precisos, em aeroportos, e nós podemos interferir nos sistemas de transmissão de Kadhafi", destacou um dirigente governamental francês, que preferiu não ter o nome divulgado.
Ataques aéreos e zona de exclusão aérea devem ao menos diminuir o ritmo de avanço das tropas terrestres, mas não impedir.
Os ministros, recebidos essa noite pelo presidente Nicolas Sarkozy, devem participar, em seguida, de jantar de trabalho para discutir o desastre ocorrido no Japão e suas eventuais consequências em matéria de segurança nuclear.
"O ministro japonês, Taeaki Matsumoto, pode ajudar os Estados membros do G8 a melhor definir as modalidades de sua ação de curto prazo, mas também de médio e longo prazos para judar o Japão a superar essa provação", segundo Paris.
Uma nova sessão de trabalho está prevista para terça-feira pela manhã, antes de uma coletiva de imprensa a ser concedida pelos ministros.
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