Jovens de SP fundam grupo para "endireitar" o país
"Houve uma demonização da direita no Brasil, e isso nós queremos corrigir. Queremos reabilitar o nome "direita"", afirma o advogado Gastão de Souza Mesquita Filho, 32.
Munidos desse pensamento e da ideia de que pessoas bem-sucedidas devem lutar pela "moralização da vida pública", jovens paulistanos como Mesquita Filho juntaram-se em 2006 para criar o Movimento Endireita Brasil.
São advogados e empresários que defendem o objetivo de "endireitar o Brasil", comprometidos com a "luta pela diminuição do Estado e pelo fim de todos os mecanismos que limitam ou ferem a liberdade do cidadão". Eles reconhecem que a luta não é fácil.
"Não temos apoio ideológico de ninguém. Nas últimas eleições, quando lançamos candidato pelo DEM, fomos aconselhados por gente do partido a largar o nome "direita"", diz Mesquita Filho.
Ricardo Salles, o candidato do MEB, conquistou cerca de 25 mil votos e não se elegeu deputado estadual.
Para Roberto Pitaguari Germanos, 31, a dificuldade que seu grupo enfrenta pode ser explicada em parte pelo estigma criado pela ditadura.
"Há duas confusões. A primeira é a associação automática entre direita e conservadorismo: há pessoas de direita que não são conservadoras. A segunda é a identificação da direita com a ditadura, o que não faz sentido."
Seu colega Antônio Velloso Carneiro, 36, é ainda mais incisivo: "Para nós, os militares são antes de esquerda do que de direita, porque estatizaram tudo. Ser de direita é defender a liberdade, é garantir que o Estado não interfira na vida das pessoas".
O grupo defende um Estado enxuto e eficiente, atuando apenas de forma acessória à iniciativa privada.
Para o capitão Augusto Rosa, idealizador do Partido Militar Brasileiro, "alguns partidos até buscam ser de direita, mas na prática não são". De acordo com ele, isso ocorre porque "o pessoal está atrás de voto", e "dizer-se de direita não te torna figura benquista no meio eleitoral."
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