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Nacional
Segunda - 14 de Março de 2011 às 07:25
Por: ALANA GANDRA

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A usina nuclear de Angra dos Reis, segundo as autoridades da área, segue os patrões internacionais de segurança
A usina nuclear de Angra dos Reis, segundo as autoridades da área, segue os patrões internacionais de segurança

As usinas nucleares brasileiras seguem padrões de segurança internacionais, que consideram as condições sísmicas da região onde estão instaladas, garantiu à Agência Brasil o coordenador de Comunicação e Segurança da Eletronuclear, José Manuel Diaz Francisco.

O nível de sismicidade que as usinas do Brasil, localizadas em Angra dos Reis (RJ), suportam é o recomendado pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), que vale ainda para os Estados Unidos e a Alemanha. “E também, internamente, é o nível esperado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear [Cnen], que é o órgão regulador brasileiro”.

Sexta-feira, a costa nordeste do Japão foi atingida por tsunamis, em decorrência de um terremoto, e duas usinas nucleares foram afetadas diretamente, de 11 existentes na região. Como medida preventiva, todo o conjunto de unidades nucleares foi desligado automaticamente e está em processo de monitoramento.

“Inclusive, eles implementaram o plano de emergência, que é um plano preventivo, para que todos tomem conhecimento e saibam o que está acontecendo”, explicou Diaz Francisco. Todas as organizações que participam do processo estão em alerta. O Japão possui 54 usinas nucleares em operação.

Segundo o coordenador da Eletronuclear, no Brasil, a sismicidade é calculada por dados técnicos e científicos e uma das condições para o licenciamento das usinas é a aceleração da gravidade proveniente de um abalo sísmico. No Brasil, esse quesito é calculado em ponto1g (.1g). “No Japão, elas [as usinas] começam em ponto4g [.4g]. Então, o que eu tenho a dizer sobre isso é que as usinas têm um projeto, levam em consideração os possíveis abalos sísmicos daquela região. E nós podemos ter a tranquilidade de que elas têm esse projeto seguro”.

Diaz Francisco lembrou que, ao contrário do Japão, a posição das camadas de rocha no subsolo, na região do Brasil – onde há a fenda entre o país e o Continente Africano, no Oceano Atlântico – faz com que as rochas se afastem, diminuindo a possibilidade de um tsunami. Os países sul-americanos que se encontram em alerta por causa do terremoto do Japão estão localizados no Oceano Pacífico, como o Chile, por exemplo. “Mas, não do nosso lado, porque nós não temos essa possibilidade de tsunami do lado direito”, observou.

O coordenador disse que a situação do Japão será acompanhada pela Eletronuclear. Ele destacou que não houve, até o momento, registro de vazamento de material radioativo na região afetada pelo tsunami no Japão. As duas usinas que registraram anormalidades não tiveram comprometida a parte nuclear.

Diaz Francisco contou que uma delas teve um incêndio do lado da turbina, em parte convencional, e a outra apresentou um distúrbio nas linhas de transmissão, o que provocou uma perda no suprimento elétrico interno e externo. “Mesmo assim, as usinas estão dimensionadas para conseguir operar”. O coordenador disse, ainda, que não houve nenhum abalo que mexesse com a estrutura das usinas. “Isso demonstra que os projetos das usinas levam esses aspectos em consideração. Como os nossos, em Angra dos Reis, levam também”.






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