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Polícia Brasil
Sábado - 12 de Março de 2011 às 22:12

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Um inquérito aberto na Corregedoria Geral Unificada da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o sumiço de três fuzis militares completa 11 meses sem resolução neste sábado. O caso ficou mais complexo quando uma das armas desaparecidas foi achada nas mãos de traficantes pela Polícia Militar na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, em janeiro deste ano. O fuzil FAL 7.62, marca Imbel, número de série 26.7208, faz parte de um lote de material bélico doado pela Marinha do Brasil à Secretaria Estadual de Segurança. A investigação, porém, segue inconclusa devido à complexidade do caso, como informa a assessoria da Polícia Civil.

O fuzil apreendido em janeiro teria sumido em abril do ano passado, junto com outras duas, de uma viatura na zona oeste do Rio. Segundo o registro de ocorrência, os dois policiais civis responsáveis pelo armamento - lotados, na época, na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) - alegaram ter deixado a viatura estacionada, com os fuzis dentro, na perícia técnica de Campo Grande, na estrada do Mendanha, no dia 5 de abril.

Por causa de fortes chuvas na cidade, porém, os agentes só retornaram para buscar o carro no dia 9, quando deram falta dos três fuzis - um deles o de número 26.7208 - e dos carregadores. No registro de furto feito pela dupla de policiais, não há qualquer menção de que a Blazer da Polícia Civil tenha sido arrombada, que os vidros tivessem sido quebrados ou que houvesse sinais do uso de equipamentos como pé-de-cabra para roubar o material.

O fato é que, da saída do paiol da Marinha até a descoberta do esconderijo do Complexo Alemão - onde foi encontrado por uma equipe do 14º Batalhão da Polícia Militar (Bangu) ao lado de 17 quilos de cocaína -, o fuzil "desaparecido" percorreu um longo caminho. A arma faz parte de um lote de 40 fuzis e 80 carregadores que haviam sido doados pelas Forças Armados em março de 2008 para a Polícia Militar. Um ano e sete meses depois, o arsenal foi emprestado por contrato de cessão para a Polícia Civil, que tem até o fim de dezembro para devolver todo o armamento cedido.

Investigação
A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que, devido à complexidade do caso e a indícios de fraude no registro de ocorrência, as investigações do furto dos três fuzis e dos carregadores na viatura da instituição estão a cargo da Corregedoria Geral Unificada (CGU).

Lá, o inquérito foi instaurado no dia 12 de abril e, de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança, encontra-se em fase de conclusão.

A Polícia Militar informou que as armas foram emprestadas de acordo com o contrato 001-2009/EMG-PM4. E, segundo o que prevê a cláusula quinta do documento, em caso de extravio ou danos ao armamento, a Polícia Civil deve apresentar, no ato da devolução, cópia do documento mostrando que apurou os fatos, além de ressarcir a PM com outro equipamento.

Armas cobiçadas
A retomada de território feita pelas forças de segurança nos complexo da Penha e do Alemão resultou na apreensão de quase 500 armas. Somente fuzis, foram mais de 140. O arsenal em poder dos traficantes se tornou alvo da cobiça de maus policiais, conforme revelaram investigações que culminaram com a Operação Guilhotina, da Polícia Federal.

Em conversas interceptadas em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a região dos complexos do Alemão e da Penha foi apelidada de Serra Pelada em um dos diálogos. O "ouro" era tudo o que os criminosos deixaram para trás quando fugiram.

A PF flagrou, por exemplo, o inspetor Leonardo da Silva Torres, o Torres Trovão, comentando sobre a existência de R$ 2 milhões no Alemão.






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