Repressão a protesto mata seis pessoas no Iêmen
A polícia do Iêmen atacou uma manifestação contra o governo na capital do país, Sanaa, neste sábado matando pelo menos seis pessoas.
De acordo com médicos no local, além dos seis mortos, mais de mil pessoas ficaram feridas e a polícia estava impedindo a entrada das equipes médicas na praça central da capital iemenita. Um dos médicos disse à BBC que muitos feridos estão em estado grave.
As forças de segurança teriam disparado com munição verdadeira, jatos de água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes acampados há semanas na praça Tahrir de Sanaa.
Os confrontos começaram depois que os Estados Unidos pediram, na quinta-feira, que a oposição do país aceitasse a proposta de negociação do presidente Ali Abdullah Saleh.
Os protestos contra o governo de Saleh, que já dura 32 anos, começaram há quatro semanas e já deixaram 30 mortos.
PROTESTOS NA SEXTA-FEIRA
Na sexta-feira, os policiais já tinham reprimido milhares de manifestantes pró-democracia não apenas no Iêmen, mas também no Bahrein e na Arábia Saudita. Na cidade iemenita de Aden pelo menos seis pessoas ficaram feridas.
As forças de segurança abriram fogo contra uma multidão que tomou as ruas da cidade exigindo a renúncia do presidente do país, Ali Abdullah Saleh, em protestos inspirados nas revoltas que antecederam a queda de presidentes no Egito e na Tunísia.
Na capital iemenita, Sanaa, as manifestações começaram depois das tradicionais orações islâmicas da sexta-feira, em frente à Universidade de Sanaa, principal palco dos protestos que começaram em fevereiro.
Além da renúncia do presidente, os manifestantes pedem mais oportunidades de emprego e o fim da corrupção no país.
Na quinta-feira, Saleh fez a proposta de adotar reformas políticas no país, incluindo a separação dos poderes de governo e a adoção de um sistema parlamentarista. A oposição, no entanto, não aceitou dialogar com o presidente.
Saleh, que está no poder desde 1978, disse anteriormente que pretende deixar a Presidência a partir de 2013.
A república iemenita foi criada depois que o Iêmen do Norte e o Iêmen do Sul se juntaram em 1990. Saleh liderava a República Árabe do Iêmen, no norte do país, desde 1978, quando assumiu o poder depois de um golpe militar.
As primeiras eleições presidenciais diretas ocorreram apenas em 1999.
Apesar de ser, na teoria, um sistema multipartidário, a política do Iêmen é dominada pelo partido de Saleh, o Congresso Geral do Povo, desde a unificação.
Opositores iemenitas vêm protestando desde fevereiro, inspirados pelas revoltas em países vizinhos.
Comentários