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Nacional
Sábado - 12 de Março de 2011 às 09:17

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O opositor cubano Óscar Elías Biscet foi libertado na sexta-feira (11) e retornou para sua casa em Havana com o propósito de seguir sua atividade de "resistência não violenta" em favor dos direitos humanos e civis em Cuba, segundo manifestou à Agência Efe o próprio dissidente.

"Nunca deixei de lutar desde que tomei este caminho, segui a doutrina de Gandhi e de Martin Luther King e também as apliquei na prisão", declarou Biscet, médico de profissão, presidente da Fundação Lawton para os Direitos Humanos e um dos opositores mais emblemáticos para a dissidência e o exílio cubanos.

Após várias detenções em 1998 e 1999 e uma primeira condenação em 2000, foi outra vez detido no fim de 2002 e meses mais tarde foi imposta a ele uma pena de 25 anos dentro dos juízos sumários contra o chamado Grupo dos 75, como são conhecidos os dissidentes detidos na onda repressiva de 2003.

Todos os membros desse grupo foram considerados prisioneiros de consciência pela Anistia Internacional.

O dissidente de 49 anos disse sentir-se "feliz" pelo reencontro com sua família e amigos em sua casa, onde espera se recuperar dos anos de clausura para "poder ajudar muita gente".

"As autoridades cubanas não conseguiram me converter em um doente mental, como eles queriam", manifestou Biscet, agradecendo a Deus por tê-lo mantido na prisão com boa saúde e equilíbrio psicológico inclusive quando era submetido a torturas e abusos.

O opositor, que em sua trajetória se distinguiu entre outras campanhas por opor-se ao aborto e à pena de morte, foi o organizador do jejum "Vida e Liberdade" em 1999, para exigir respeito aos direitos humanos e a libertação dos presos políticos cubanos.

Em 2007, quando estava na prisão, o presidente dos Estados Unidos então, George W. Bush, concedeu-lhe a Medalha da Liberdade - a máxima condecoração que pode receber um civil no país.

Após sua libertação, ainda restam presos três opositores do Grupo dos 75: José Daniel Ferrer, Librado Linares e Félix Navarro.

O Governo de Raúl Castro iniciou em julho de 2010 um processo de libertações de presos políticos com a mediação da Igreja Católica.

Dos 52 opositores do Grupo dos 75 que estavam presos na época, 40 saíram da prisão após aceitarem ir para a Espanha, mas outros 12 rejeitaram o exílio e foram os últimos a serem libertados.





Fonte: EFE

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