Radiação vaza de usina nuclear japonesa após terremoto
Houve vazamento de radiação neste sábado de um reator nuclear japonês, localizado ao norte de Tóquio, disse o governo do país, após uma explosão ter arrebentado o telhado da instalação após o grande terremoto de sexta-feira.
O chefe do gabinete japonês Yukio Edano confirmou no sábado que houve uma explosão e um vazamento radiativo na usina nuclear Fukushima Daiichi, operada pela Tokyo Electric Power Co (TEPCO).
Tal descoberta levantou temores de que ocorra um desastroso derretimento da usina, que foi danificada durante o tremor de 8,9 graus de magnitude, o mais potente já registrado no Japão.
"Estamos analisando a causa e a situação e tornaremos isso público quando tivermos mais informações," disse Yukio Edano.
Edano disse que é adequada a retirada de pessoas de um raio de 10 quilômetros do reator Daiichi 1, que tem 40 anos de funcionamento e está localizado em Fukushima. Imagens de televisão mostraram vapor saindo da usina, localizada 240 quilômetros ao norte de Tóquio.
O terremoto causou um tsunami de dez metros de altura, que devastou cidades na costa nordeste do país. A imprensa japonesa calcula que pelo menos 1.300 pessoas morreram.
A explosão ocorreu enquanto a Tepco (Tokyo Electric Power Co), operadora da usina, trabalhava desesperadamente para reduzir as pressões no núcleo do reator.
"Um aumento incontrolável na temperatura pode essencialmente fazer o núcleo se transformar em uma massa fundida que pode queimar o recipiente do reator," afirmou o serviço de informação de risco Stratfor em um relatório divulgado antes da explosão.
"Isso pode levar à exposição de uma quantidade incontrolável de radiação nos edifícios de contenção que cercam o reator."
A emissora de televisão NHK e a agência de notícias Jiji disseram que a estrutura externa do edifício que abriga o reator aparentemente explodiu, o que pode indicar que o prédio de contenção já pode ter sido rompido.
A operadora da usina liberou anteriormente uma pequena quantidade de vapor radiativo para reduzir a pressão e disse que o perigo era mínimo, pois dezenas de milhares de pessoas já tinham sido retiradas das adjacências.
Jornalistas da Reuters estavam em Fukushima, a cerca de 70 quilômetros da usina. Outros veículos de imprensa relataram bloqueios policiais em estradas para evitar que as pessoas se aproximassem do local.
Na sexta-feira, imagens de TV mostraram uma veloz torrente de água barrenta arrastando carros e destruindo casas nos arredores de Sendai, 300 quilômetros a nordeste de Tóquio. No cais, navios foram arremessados para a terra e ficaram virados de lado.
O terremoto no Japão foi o quinto mais forte do mundo no último século.
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