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Internacional
Sexta - 11 de Março de 2011 às 16:57

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O Japão afirmou nesta sexta-feira que a pressão em um dos reatores nucleares da usina da Tokyo Electric Power, em Fukushima, está aumentando após uma falha no sistema de resfriamento causada pelo impacto do terremoto de magnitude 8,9 e o tsunami que atingiram a costa leste do país.

A polícia japonesa afirmou nesta sexta-feira que ao menos 331 pessoas morreram e outras 531 estão desparecidas depois que um terremoto avassalador de magnitude 8,9 atingiu o país, causando um tsunami. O impacto do tremor, suas dezenas de réplicas, e as ondas gigantes causou ainda o rompimento da represa Dam, em Fukushima, no nordeste do país, alagando diversas casas.

Segundo a agência de notícias japonesa Kyodo, a polícia reduziu o balanço confirmado de mortos de 137 para 131. Outros cerca de 200 ou 300 corpos foram encontrados na cidade costeira de Sendai, a mais próxima do epicentro. A polícia disse ainda que ao menos 627 pessoas ficaram feridas.

As autoridades não deram mais detalhes sobre risco de vazamento. Mais cedo, o governo japonês declarou situação de emergência na área ao redor da usina como precaução e retirou cerca de 2.800 moradores de um raio de dois quilômetros do local.

A usina enfrentou uma falha mecânica no sistema de geração de energia de back up para fornecer água para resfriar o reator, que permanece quente mesmo após ser desligado.

A Tokyo Electric Power Co (TEPCO) disse que a pressão dentro da usina está aumentando e já ultrapassava 1,5 vez a capacidade prevista, com o risco de um vazamento de radiação, segundo agências de notícias japonesas.

A TEPCO planeja assumir medidas para reduzir a pressão.

Especialistas dizem que poder haver um vazamento se o nível da água no reator de Fukushima cair e a temperatura do combustível nuclear, apesar disso não necessariamente ocorrer de maneira imediata.

"Mesmo que o combustível fique exposto, não significa que eles começariam a derreter imediatamente", disse Tomoko Murakami, líder do grupo de estudo nuclear do Instituto de Economia Energética. "Mesmo se o combustível derreter e a pressão crescer no reator, a radiação não vazaria enquanto o reator continuar a funcionar bem", disse.

Ressaltando as graves preocupações sobre um vazamento nuclear, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que a Força Aérea dos EUA entregou um resfriador ao Japão para reverter o aumento da temperatura do combustível.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que o governo japonês já declarou um "estado elevado de alerta" na usina nuclear de Fukushima Daiichi.

A organização divulgou ainda que não foram relatados vazamentos de materiais radioativos provenientes da usina, que encerrou suas atividades.

"A AIEA tenta obter mais detalhes sobre a situação em Fukushima Daiichi e outras usinas de energia nuclear, incluindo informações sobre fornecimento de energia elétrica, sistemas de resfriamento e a condição dos reatores", disse a entidade por meio de nota.

Já a Associação Nuclear Mundial, a principal entidade da indústria nuclear, disse acreditar que a situação na usina japonesa de Fukushima está sob controle e que o sistema de esfriamento estava recebendo água. "Entendemos que a situação está sob controle", disse um analista do órgão à agência de notícias Reuters.

O analista disse acreditar que o sistema de energia reserva foi acionado após uma hora, e iniciou o bombeamento de água para o sistema de esfriamento, onde o nível de água estava caindo.

Os reatores fechados devido ao terremoto são responsáveis por 18% da capacidade de geração de energia nuclear do Japão. A energia nuclear produz cerca de 30% da eletricidade consumida no país.

A TEPCO disse que três dos seis reatores da central nuclear de Fukushima Daiichi estavam ativas no momento do terremoto. As outras três, fechadas para manutenção, não correm risco de vazamento.






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