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Polícia Brasil
Sexta - 11 de Março de 2011 às 15:40

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A audiência de instrução do processo sobre a morte de Eloá Pimentel terminou por volta das 13h30 desta sexta-feira com o depoimento de Athos Valeriano, o primeiro policial militar a chegar ao local em que a jovem foi mantida em cárcere por Lindemberg Alves Fernandes, em 2008.

Ele contou que recebeu o chamado para ir ao local e, quando chegou, Lindember atirou contra ele --a bala atingiu uma parede e passou a 40 cm da cabeça do PM. Segundo Valeriano, o acusado dizia que ia matar as quatro pessoas dentro da casa ---Eloá, dois garotos liberados no mesmo dia e a amiga de Eloá, Nayara Silva-- e, em seguida, se matar.

Foi o policial que acionou o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) quando percebeu a gravidade da situação.

Além dele, o juiz José Carlos de França Carvalho Neto ouviu outras quatro testemunhas de acusação: Nayara, o irmão de Eloá, Everton Douglas Pimentel, e dois amigos da jovem -- Vitor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira.

Hoje à tarde deve ser marcada a audiência da defesa, que deve ouvir 17 testemunhas. Depois disso há ainda um depoimento do próprio Lindemberg e só então será definido se ele irá a júri popular. Não há previsão de quando sairá essa decisão.

Uma outra audiência já tinha determinado que ele iria a júri, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu anular a fase de instrução do processo, considerando haver falhas de procedimento que comprometeram o direto à ampla defesa.

A defesa sustenta a tese de que o tiro que matou a jovem --de 15 anos-- partiu de policiais e pede para ter direito a contestar as provas, bem como um novo interrogatório de testemunhas. A análise do recurso no STJ resultou em empate, o que favoreceu o pedido da defesa.

Para o promotor Antonio Nobre Folgado, a audiência foi benéfica à acusação. Ele afirma que conseguiu aprofundar temas que não tinha aprofundado antes e que já sabia quais seriam as perguntas da defesa. Para ele, a audiência reforça as provas e deve levar Lindemberg a júri popular.

Já a advogada do acusado, Ana Lucia Assad, não entrou em detalhes, mas afirmou ter considerado a audiência benéfica à defesa.

Lindemberg está preso na penitenciária de Tremembé (147 km de São Paulo) e responde pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues, amiga de Eloá que também foi rendida, e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado e disparo de arma de fogo.

CRIME

O crime ocorreu em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André. Segundo a acusação, Lindemberg não se conformava com o fim do relacionamento com Eloá.

Na ocasião, a adolescente estava em companhia de três amigos --dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.

No desfecho do caso, após Eloá ser mantida em cárcere por cerca de cem horas, a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel e porque o comportamento de Lindemberg naquele dia estava bastante agressivo.

A acusação diz que o rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca. A defesa sustenta que o tiro que matou a jovem partiu de policiais.






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