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Economia
Sexta - 11 de Março de 2011 às 07:20

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Ata da reunião realizada no início do mês no Banco Central deixa clara a preocupação em conter a inflação
Ata da reunião realizada no início do mês no Banco Central deixa clara a preocupação em conter a inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reconhece que as incertezas do cenário mundial e, em menor escala, também do cenário doméstico, “não permitem identificar com clareza” a durabilidade das pressões inflacionárias recentes. Em vista disso, o colegiado de diretores do BC avalia que “o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente”.

É o que diz a ata da reunião que o Copom realizou na semana passada, quando elevou a taxa básica de juros (Selic) de 11,25% para 11,75% ao ano. O documento sinaliza possíveis novos aumentos uma vez que o Copom admite que “prevalece nível de incerteza acima do usual” na economia e identifica “riscos elevados” à concretização de um cenário em que a inflação retorne à trajetória do centro da meta a curto ou médio prazo.

A ata destaca que desde a reunião do Copom, em janeiro, ocorreram fatores externos [levantes políticos no norte da África e no Oriente Médio] que refletiram nos preços de ativos no mercado interno, o que aponta menor reversão do processo inflacionário. Isso, apesar de a equipe econômica do governo ter adotado medidas para o início de um processo de consolidação fiscal.

A ata lembra que no último trimestre de 2010 a inflação foi influenciada pela dinâmica dos preços de alimentos. A isso se somaram efeitos sazonais característicos da inflação nos primeiros meses do ano, como cobranças de impostos, matrículas e material escolar. O Copom pondera, porém, que esses efeitos tendem a diminuir ao longo do ano, com reflexos menores nos últimos meses de 2011.

COMBUSTÍVEIS – O (BC) fez também uma avaliação prospectiva das tendências de inflação e manteve a projeção anual de 4% para os reajustes totais dos preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, água, telefonia, saneamento, transporte público e outros).

De acordo com a ata, o Copom estima que não haverá inflação nos preços da gasolina e do gás de cozinha neste ano. Mas, na prática, o consumidor já está pagando mais para encher o tanque do carro, como reflexo do aumento dos preços internacionais do petróleo, decorrente da instabilidade política em países fornecedores do produto, no norte da África e no Oriente Médio.

O Copom manteve também as projeções de reajustes acumulados de 2,9% para as tarifas de telefonia fixa e de 2,8% para o alinhamento de preços no fornecimento de energia elétrica. O conjunto de preços administrados equivale a 29% em média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais. Em janeiro, teve peso de 28,90% no total do IPCA.

O cenário de referência para os preços administrados leva em conta as hipóteses de manutenção da cotação do dólar norte-americano em R$ 1,65 e o superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida) de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas e serviços produzidos no país. Essas projeções já incorporam os efeitos estimados do aumento do compulsório bancário.
 






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