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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2011 às 21:10

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Três manifestantes xiitas ficaram feridos nesta quinta-feira em Al Qatif, no leste da Arábia Saudita, por tiros disparados pela polícia ao tentar dispersar um protesto pela libertação de prisioneiros, informou o site "Rasid".

O site xiita --cujo acesso está bloqueado no país há cinco anos-- informou que policiais dispararam contra a multidão durante manifestações em Al Qatif, na costa saudita do golfo Pérsico, sem fornecer mais detalhes.

No último dia 6, 22 pessoas foram detidas por participar de um protesto em Al Qatif pela libertação de nove presos xiitas. Um dia antes, o ministério saudita do Interior havia anunciado que adotaria "todas as medidas necessárias" para impedir a organização dos protesto no país, o principal exportador mundial de petróleo.

Há receio de que a revolta na Arábia Saudita tenha resultado similar aos movimentos na Tunísia e no Egito, que derrubaram o ditador tunisiano Zine el Abidine ben Ali e o ditador egípcio Hosni Mubarak.

Manifestações devem ocorrer nesta sexta-feira em outros países do golfo, como Iêmen, Kuait e Bahrein. Na Arábia Saudita, mais de 32 mil pessoas aprovaram a convocação pelo Facebook para o "Dia de revolução" nesta sexta-feira (11), quando já circula outro convite para um movimento semelhante no próximo dia 20.

A data escolhida para a manifestação coincide com a criação, em 11 de março de 1996, do Movimento pela Reforma Islâmica na Arábia, um grupo dissidente com sede em Londres e que até agora não conseguiu mobilizar as multidões no reino.

Os manifestantes pedem que "o dirigente e os membros da Majlis al Shura (conselho consultivo nomeado) sejam eleitos", também pedem "a libertação dos presos políticos", "a liberdade de expressão e de reunião" e que as mulheres tenham direitos iguais no reino.

No entanto, "as leis do reino proíbem todo o tipo de manifestação, marcha ou protesto pacífico, já que vão contra a sharia (lei islâmica) e as tradições da sociedade saudita", lembrou o ministério do Interior, citado pela agência oficial SPA e pela televisão.

O ministério acrescentou que a polícia está autorizada a "tomar todas as medidas necessárias contra aqueles que violam a lei".

Nos últimos anos, a Arábia Saudita tentou se manter afastada da instabilidade em outros países árabes.

EUA

Os Estados Unidos disseram que "acompanham de perto" os acontecimentos na Arábia Saudita e defendem "valores universais", como o direito a se manifestar, informou hoje um dirigente americano.
Esta mensagem de advertência ocorre depois do registro, nos últimos dias, de pequenas manifestações no reino, governado por uma dinastia sunita conservadora.

Em um comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu às autoridades sauditas que "voltem atrás em sua decisão de proibir as manifestações pacíficas".

De seu lado, a Anistia Internacional também pediu às autoridades que garantam o direito de expressão da população, recordando que são obrigadas, pela lei internacional, a garantir protestos pacíficos.






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