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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2011 às 15:20

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Para combater a ameaça de um terrorismo "made in USA" (fabricado nos Estados Unidos), a comunidade muçulmana deve se esforçar mais, segundo afirmou nesta quinta-feira o deputado republicano Peter King na abertura de uma audiência polêmica no Congresso do país.

"Tenho consciência de que o anúncio da organização desta audiência provocou um amplo debate e desencadeou objeções", começou King, classificando os comentários da imprensa e de organizações de defesa das liberdades como "ataques de raiva e de histeria".

A audiência, realizada ante uma comissão da Câmara dos Representantes (deputados) americana foi intitulada de "Crescimento da radicalização da comunidade muçulmana americana e a resposta a esta comunidade".

Citando uma pesquisa segundo a qual "15% dos americanos muçulmanos com entre 18 e 29 anos poderiam apoiar atentados suicidas", King afirmou que "este é o grupo que a [rede terrorista] Al Qaeda tenta recrutar".

"Para combater a ameaça, os dirigentes das comunidades muçulmanas devem impor sua autoridade", acrescentou.

"A Al Qaeda compreendeu que as medidas tomadas depois do 11 de Setembro tornaram muito difícil a organização de um atentado em grande escala em solo americano vindo do exterior. Por isso, a organização modificou sua estratégia e passou a recrutar ou a utilizar pessoas que vivem legalmente nos EUA", afirmou, resumindo sua posição.

Três políticos americanos se levantaram para exprimir apoio ou divergência em relação à audiência.

Ante uma ameaça islâmica real, "devemos conduzir uma investigação minuciosa e justa que não cause prejuízos", protestou o democrata Keith Ellison. Os cidadãos americanos que se envolvem em atividades terroristas são "indivíduos, não comunidades", insistiu, rejeitando estereótipos.

"Uma audiência como esta parte do princípio que a comunidade muçulmana como um todo deve ser responsabilizada", lamentou ainda, apresentando à comissão, muito emocionado, a mãe de um socorrista muçulmano morto no World Trade Center nos ataques de 2001, "um americano que deu sua vida por americanos".

Grupos de defesa de direitos humanos, parte da comunidade muçulmana do país e vários pesquisadores denunciaram o caráter simplista da audiência.

Essas organizações compararam na quarta-feira, durante uma coletiva de imprensa, Peter King com Joseph McCarthy, o senador americano que conduziu uma caça às bruxas contra comunistas nos anos 1950.






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