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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2011 às 13:10

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O coordenador da missão das Nações Unidas para a Líbia, Rashid Jalikov, anunciou nesta quinta-feira que o número de refugiados que cruzaram a fronteira da Líbia já somou 200 mil e estimou que poderia ter até 600 mil deslocados no interior do país.

Em entrevista coletiva realizada no escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) no Cairo, Jalikov esclareceu que o organismo está acompanhando de perto a situação na Líbia e lamentou que a falta de informação confiável sobre os acontecimentos na região impede o pessoal das Nações Unidas de entrar no país e desdobrar a missão de ajuda humanitária.

Jalikov citou dados da Organização Internacional de Migrações e revelou que até quarta-feira 134.046 refugiados tinham cruzado a fronteira da Líbia com Tunísia, 104.637 pessoas tinham saído da Líbia pelo Egito, 6.708 tinham optado por fazê-lo pela Argélia e 2.205 pelo Níger.

"Esta situação é muito diferente de outras crises de refugiados", ressaltou Jalikov, que esclareceu que a maioria dos deslocados é formado por "homens trabalhadores, jovens e em boa forma física", enquanto em outras ocasiões são "mulheres e crianças exaustos após ter caminhado durante dias para chegar à fronteira".

Jalikov lembrou que na segunda-feira passada a ONU aprovou um programa de US$ 16 milhões em ajuda humanitária para os três primeiros meses de crise.

Com este programa o organismo internacional espera poder atender os refugiados acampados nas fronteiras da Líbia assim como os cidadãos líbios dentro do país.

"Estamos baseando nossos planos no que haverá 600 mil deslocados no interior da Líbia, embora não temos informação confiável e a situação muda rapidamente de um dia para outro", reconheceu Jalikov.

Por outro lado, o coordenador da missão da ONU na Líbia revelou que existem "conversas com o Governo líbio" para "negociar como a equipe das Nações Unidas pode entrar no país e realizar seu trabalho humanitário", embora não deu mais detalhes sobre esta questão.

No entanto, esclareceu que a ONU ainda não entrou em contato com os rebeldes líbios, embora a informação mais confiável sobre a situação humanitária procede da zona que estes controlam, segundo Jalikov.

"Estamos dispostos a conversar com qualquer uma que tenha controle no terreno", ressaltou.

Perguntado sobre a proposta de alguns países para estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, Jalikov indicou que se trata de "uma questão muito complicada" que "deve ser negociada com cuidado".

Jalikov destacou que, por enquanto, a falta de informação confiável sobre o que está sucedendo na Líbia impede os países-membros da ONU tomar uma decisão sobre a questão.

"Tan em breve como a situação esteja mais clara poderemos tomar uma decisão", acrescentou.

A equipe das Nações Unidas, dirigido por Jalikov, espera na capital egípcia a ter mais informação sobre a situação na Líbia antes de atravessar a este país.





Fonte: EFE

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