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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2011 às 11:13

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O jornal "O Estado de S. Paulo" confirmou nesta quinta-feira que o jornalista Andrei Netto, que estava na Líbia cobrindo os confrontos entre forças leais ao ditador Muammar Gaddafi e rebeldes opositores, está preso no oeste da capital do país, Trípoli, e que a embaixada brasileira "está tomando as providência para libertá-lo", informou em seu site.

O "Estado" perdeu contato há uma semana com Netto, que estava no oeste do país. O jornal informou que, até domingo, recebia informações indiretas de que o repórter estava bem, escondido na região de Zawiya, sem poder se comunicar com o jornal por razões de segurança.

Na quarta-feira, o "Estado" recebeu indicações de que Netto tinha sido preso por tropas do governo perto de Zawiya.

O vice-chanceler da Líbia, Khaled Qaim, afirmou ao jornal que a notícia da prisão era "provavelmente correta" e se comprometeu a ajudar.

Netto, 34, atua como correspondente do jornal em Paris desde 2006.

A Folha colocou seus três jornalistas na região do conflito à disposição de "O Estado de S. Paulo" na tentativa de obter informações sobre o paradeiro de Netto e alertar autoridades que possam ajudar nessa tarefa.

O "Estado" também informou que o governo brasileiro, a Embaixada da Líbia no Brasil, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a ONU (Organização das Nações Unidas) e outros veículos de comunicação do Brasil e do mundo estão colaborando no sentido de garantir a integridade física e segurança do repórter.

Netto viajava com Ghaith Abdul-Ahad, repórter de cidadania iraquiana do jornal britânico "Guardian", que nesta quinta-feira confirmou que está tentado localizar o correspondente.

A publicação disse, em sua página na internet, que o repórter --que trabalha no jornal britânico desde 2004 e já foi enviado ao Iraque e ao Afeganistão-- não entra em contato com o jornal desde domingo.

Os dois jornalistas estavam nos arredores de Zawiyah, uma cidade controlada por rebeldes a aproximadamente 50 quilômetros a oeste da capital Trípoli e local de violentos confrontos nos últimos dias entre insurgentes e forças leais a Muammar Gaddafi.

"O Guardian está em contato com autoridades do governo líbio em Trípoli e em Londres e pediu a eles que preste urgentemente toda a assistência na busca de Abdul-Ahad e determine se ele está detido pelas autoridades", disse o jornal.

Na quarta-feira, a BBC disse que uma de suas equipes foi detida pelas forças de segurança da Líbia, agredida e sujeita a uma falsa execução depois que seus membros foram detidos em um posto de controle no caminho à Zawiyah.

Os três integrantes da equipe foram acusados de espionagem e suas vidas foram ameaçadas durante 21 horas enquanto eram mantidos por soldados e a polícia secreta leais ao líder líbio, segundo o jornal.

O governo líbio tem restringido o deslocamento de jornalistas estrangeiros em Trípoli e determinou que devem viajar acompanhados por autoridades.






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