Em Mato Grosso, as consequências da chuva são mais graves no noroeste do estado, onde a população já enfrenta desabastecimento.
Dois dias de chuva forte e as estradas ficam intransitáveis. Quem se arrisca, fica preso nos atoleiros, ou pior. "Prejuízo grande, pneu da frente do caminhão. O prejuízo já está nuns R$ 2 mil".
Os caminhoneiros só conseguem sair quando o sol aparece e a lama seca. Mas mesmo assim é difícil. A chuva que afeta as estradas também eleva ainda mais o nível dos rios.
Pelo menos 40 pontes de madeira aqui na região já foram levadas pela força da água e outras estão ameaçadas. Uma na rodovia que dá acesso à cidade de Colniza também está quase submersa.
Doze mil pessoas estão isoladas em Colniza e Aripuanã. No distrito de Guariba, os sete mil moradores sofrem com o desabastecimento.
"Feijão, arroz, açúcar. Temos 12, 13 mercados, não tem uma lata de óleo mais", disse o agricultor Erói Berfiel.
Também quase não há mais combustível nos postos. "Já acabou a gasolina, o diesel, a previsão é para mais dois dias e não tem previsão de vir combustível", disse o gerente do posto Cleiton Ferraz.
Pra comprar suprimentos, a população enfrenta 150 quilômetros de moto até Colniza - além de uma travessia perigosa em pequenos barcos de madeira. Mas os supermercados da cidade já estão racionando arroz, açúcar, feijão e óleo de soja.
"Só leva de sacolinha. Não vende fardo, nem açúcar, nem óleo, nem nada", disse o gerente do supermercado Salete Strapasson.
"Essas cargas pesadas estão todas pelo caminho e a gente não sabe o dia que chega a gente limitiu pra não deixar a população sem".
"É desesperador, o povo está aqui unido, quer uma ajuda, alguma coisa".
A Defesa Civil de Mato Grosso anunciou que vai mandar remédios e alimentos para os municípios isolados.
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