Confrontos matam mais de 40 no Sudão do Sul
Mais de 40 pessoas morreram em confrontos entre milicianos e as forças do Exército no Estado do Alto Nilo, no sul do Sudão, apenas quatro meses antes do território oficializar sua independência.
O número de vítimas nos confrontos pode ser ainda maior e a agência de notícias Efe fala em ao menos 58 mortos e 28 feridos.
"Houve combates no domingo entre o [Exército Popular de Libertação do Sudão] EPLS e uma milícia", explicou Pillip Aguer, porta-voz do EPLS. Ele diz que a milícia está a serviço do general George Athor, acusado pela morte de 211 civis em confrontos em fevereiro.
O EPLS, exército da região semiautônoma do Sudão do Sul, que formalizará sua independência em julho, é dirigido pelos ex-rebeldes.
Segundo o porta-voz, os milicianos atacaram soldados do EPLS que haviam ido ao mercado de Owach, cidade a oeste de Malakal, capital do Alto Nilo. O ataque deixou um morto e um ferido entre os soldados, indicou Aguer.
Em reação, o EPLS atacou o acampamento rebelde e iniciou o confronto que deixou 37 rebeldes e sete soldados mortos. Outros 27 soldados foram feridos.
Aguer acusa Cartum de financiar as milícias separatistas para gerar o caos no sul do país e prejudicar a independência da região --aprovada em referendo no começo do ano.
O governista Partido do Congresso Nacional negou as acusações. "Se nós realmente quiséssemos voltar à guerra, não teríamos assinado o acordo de 2005 ou aceitado o referendo", disse Rabie Abdelati. "Nós estamos esperando um forte sul depois da secessão. Se o sul não está estável, o norte não ficará".
Comentários