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Nacional
Terça - 10 de Setembro de 2013 às 23:12

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) apontam o subsecretário da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Ari Pereira, como o autor de disparos efetuados na manhã desta terça-feira (10) na sede do órgão, em Salvador durante um protesto.


 
A mobilização ocorre para pedir ao Governo do Estado agilidade nas investigações sobre a morte de um integrante do MST no município de Iguaí.


 
Por volta das 8h30 desta terça, o clima ficou tenso no local, quando parte dos manifestantes entrou no prédio com facões e tentou subir até as salas, informou a assessoria da SSP-BA. Tiros de arma de fogo foram disparados e uma marca pode ser vista na entrada do prédio da Secretaria.


 
A assessoria de imprensa do órgão confirmou ao G1 que o tiro foi disparado por um funcionário da casa, mas não associou o ocorrido ao subsecretário. Ninguém ficou ferido. "Viemos de forma pacífica. Ao chegar na porta do prédio, o subsecretário de Segurança Pública da Bahia deflagrou três tiros contra os manifestantes. Não houve invasão. Nós chegamos até a porta do prédio", afirmou Valber Rubens Santos, integrante do MST, em entrevista à TV Bahia.



 
Os integrantes do movimento mostraram uma foto em que o subsecretário aparece com uma arma em punho. "Estamos em frente à Secretaria para pedir esclarecimento do assassinato do companheiro Fábio dos Santos em abril deste ano. Após cinco meses, a Polícia Civil não esclareceu o assassinato e nós sabemos que foi mando de um fazendeiro da região. Vamos acampar em frente à Secretaria por tempo indeterminado", afirmou Márcio Matos, do MST, durante a manhã.


 
De acordo com a equipe da 82ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), que atua no local, o protesto começou às 7h45. Os servidores da Secretaria tiveram que entrar pelo fundo do prédio para trabalhar.


 
Procurada pelo G1, a assessoria da SSP-BA informou que o órgão já entrou em contato com a Polícia Civil para saber como está o andamento do inquérito que investiga a morte.


 
Reação
Em nota, a Secretaria afirmou que os manifestantes ocuparam o térreo do prédio e, "após tentarem tomar a arma de um soldado da guarda, já iam subir as escadas de acesso aos outros pavimentos, quando foram impedidos por um disparo de advertência".


 
De acordo com a divulgação, a ação foi rápida e fez os manifestantes recuarem, "o que garantiu a integridade dos servidores, que já começavam a chegar ao trabalho, e das instalações do prédio". O órgão se mostrou aberto ao diálogo com os integrantes da mobilização.



 
Na segunda-feira (9), integrantes do movimento ocuparam a área externa da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), também no CAB. Eles montaram acampamento em barracas. De acordo com Luis Carlos Ferreira, da direção estadual do MST, o protesto é para pedir uma política de reforma agrária no Brasil e na Bahia. Ferreira afirma que atualmente a situação no campo, no estado, é conflituosa, o que tem gerado até mortes em algumas regiões.


 
"O governo não consegue ter uma política de reforma agrária tanto no Brasil, como no estado da Bahia, e a situação no campo é conflituosa. Ultimamente, nós perdemos um companheiro que foi vítima da luta pela terra, na cidade de Iguaí. Ele foi morto por pistoleiros, e agora, recentemente, em Antas, na Bahia, um grupo de pistoleiros ocuparam de forma violenta uma fazenda. Nós estamos aqui nesse sentido, porque nós estamos querendo resposta", disse.


 
Segundo Luis Carlos Ferreira, integrantes do MST esperam receber a posse de mais 20 áreas que já estariam ajuizadas. "Estão prontas para serem emitidas as posses e a Justiça Federal não consegue também emitir a posse dessas áreas. O pessoal tá aqui nada mais reivindicando aquilo que é um direito seu e a gente vê que está parado. Nós estamos vivendo uma situação de comodismo, o campo está parado, as políticas públicas não chegam até os agricultores para fomentar a sua produção. É uma situação que não tem outro meio a não ser os trabalhadores deixarem sua roça, deixar sua família, e vir reivindicar aqui do governo federal e do governo estadual agilidade no processo de reforma agrária", afimrou o integrante do MST.


 
O Incra, por meio da assessora de imprensa, aponta que a pauta de reivindicações do MST será recebida pela Superintendência Regional. O superintendente Luiz Gugé marcou uma reunião com os representantes para as 17h desta segunda.


 
Segundo o Incra, as demandas apresentadas pelo grupo serão analisadas pelas divisões da autarquia e um novo encontro será agendado para tratar dos assuntos. O Incra estima que cerca de mil pessoas estejam acampados na sede.




Fonte: Do G1 BA

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