EUA estudam opções militares para Líbia, diz jornal
Os analistas de defesa dos Estados Unidos estão preparando uma série de opções militares para a Líbia no caso de Washington e seus aliados decidirem intervir no país, informa o jornal "New York Times".
O jornal, que cita fontes anônimas do governo, afirma que o simples uso da interferência dos sinais de aviões no espaço aéreo internacional pode confundir as comunicações do governo com as unidades militares.
A mais recente força a se aproximar, mas com certa distância, de Trípoli é a 26ª Unidade Expedicionária da Marinha, a bordo de dois navios anfíbios, o Kearsarge e o Ponce, segundo o "NYT".
A unidade tem uma força completa por ar, mar e terra que pode avançar rapidamente por centenas de quilômetros. Segundo o jornal, outras opções incluem a inserção de pequenas equipes especiais de operações para auxiliar os rebeldes, como aconteceu no Afeganistão para derrubar os militantes do grupo islâmico Taleban.
Estas equipes são treinadas para melhorar a eficiência dos combatentes com muita rapidez, com treinamento, equipamento e liderança, afirma o jornal.
O "NYT" diz ainda que uma das opções seria fornecer armas e outros materiais aos rebeldes líbios, uma tática arriscada e que pode facilmente se virar contra os EUA no futuro.
A tática já havia sido cogitada pelo líder republicano no Senado dos EUA, Mitch McConnell. McConnell mencionou a opção durante uma entrevista no programa "Face the Nation" da CBS, neste domingo. Ele lembrou ações similares realizadas pelos EUA durante a Guerra Fria.
"Outra opção que utilizamos frequentemente durante a Guerra Fria é simplesmente ajudar e armar os insurgentes", disse.
No entanto, assinalou que primeiro é necessário saber "com quem estamos tratando" antes de fornecer armas aos rebeldes que se levantaram contra o regime de Gaddafi.
Na mesma linha, o senador republicano pelo Arizona e ex-candidato presidencial, John McCain, declarou em entrevista na ABC que a ajuda humanitária até agora iniciada pelos EUA poderia incluir "assistência técnica, em inteligência e treino". "Claramente, estamos do lado dos rebeldes", disse McCain.
"Uma intervenção no terreno por parte dos EUA seria contraproducente, mas podemos assistir de muitos modos: em ajuda humanitária, treino, assim como formando um governo provisório em Benghazi", acrescentou o senador republicano.
A estas declarações uniu-se o antigo conselheiro de segurança nacional de George W. Bush, Stephen Hadley, que ressaltou neste domingo que seria de "utilidade" a provisão de material antiaéreo às forças insurgentes que controlam o leste da Líbia.
Oficialmente, o governo de Barack Obama fez um discurso de apoio ao povo líbio, no qual pediu a renúncia do ditador, mas assinalou que a solução do problema tem que ser "multilateral".
O chefe de Gabinete, Bill Daley, reiterou neste domingo que "Estados Unidos e seus aliados seguem falando para conseguir um esforço coordenado que pressione Gaddafi".
No entanto, ressaltou que "deve ser um esforço internacional. Não pode ser realizado só por um país".
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