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Segunda - 07 de Março de 2011 às 10:13

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O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, confirmou à França seu apoio à criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, afirmou nesta segunda-feira um porta-voz do Ministério de Exteriores da França. O secretário-geral se reuniu no domingo com o chanceler francês, Alain Juppé, durante uma visita deste ao Egito.

"Moussa confirmou o apoio da Liga Árabe a uma zona de exclusão aérea", indicou o porta-voz diplomático à imprensa, segundo o qual existem "trabalhos preliminares" que estudam "todas as opções para enfrentar a evolução da situação no terreno". "Desejamos pôr tudo em andamento para contribuir para a saída da crise na Líbia. Levamos esses trabalhos em estreita coordenação com todas nossos parceiros, os países envolvidos e o conjunto das instâncias internacionais e regionais", ressaltou.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.

 





Fonte: EFE

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