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Tecnologia
Terça - 14 de Agosto de 2007 às 16:17

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Pilhas feitas de papel poderiam atender à demanda por energia da próxima geração de artigos eletrônicos, de acordo com uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos. Eles criaram uma amostra um pouco maior do que um selo que pode liberar cerca de 2,3 volts - o suficiente para ligar uma lâmpada pequena.

Mas os cientistas ainda desejam, no futuro, produzir um artefato que possa fazer um carro andar.

Robert Linhardt, professor do Instituto Politécnico Rensselaer, com sede em Nova York, disse que a pilha feita com papel dá uma idéia da forma como, no futuro, a energia poderá ser armazenada.

As pilhas convencionais possuem vários componentes separados, mas a pilha feita de papel integra todos eles em uma única estrutura, tornando-a mais eficiente.

O estudo foi divulgado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

"Pense em todas as desvantagens de um aparelho de TV antigo com válvulas", disse Linhardt.

"Quando se usa artigos integrados, não se verifica problemas como tempo para aquecimento, perda de potência ou mau funcionamento de componentes. Além disso, quando se transfere eletricidade de um componente para outro, perde-se energia. Já com o artefato integrado, não há tanta perda de potência", ensina o professor.

Nanotubos

A pilha contém nanotubos de carbono, cada um com uma espessura de um milionésimo de centímetro, que funciona como um eletrodo. Os nanotubos são implantados em um pedaço de papel que foi mergulhado em um líquido condutor de eletricidade.

A pilha flexível pode funcionar até quando amassada, dobrada ou cortada.

Embora a corrente produzida seja atualmente pequena, Linhardt disse que aumentar a potência deverá ser fácil.

"Se empilharmos 500 folhas, a voltagem aumentará 500 vezes. Se rasgarmos o papel ao meio, reduziremos a potência em 50%. Isso mostra que podemos controlar a potência e voltagem."

Como a pilha consiste principalmente de papel e carbono, ela pode ser usada em marca-passos dentro do corpo onde pilhas convencionais podem ser uma ameaça por serem tóxicas.

"Um pedaço de papel poderia ser implantado no corpo e o sangue serviria como um eletrólito (condutor de eletricidade no qual o transporte de carga se realiza por meio de íons)", disse Linhardt.

Mas Daniel Sperling, da Universidade Davis da Califórnia, especialista em fontes alternativas de energia para transportes, não está convencido da nova pilha de papel.

'Mais difícil'

"Pilhas e capacitores estão passando por melhoramentos, mas o armazenamento de eletricidade é mais difícil e caro do que o de combustíveis líquidos e provavelmente será sempre assim", disse.

"O mundo não vai mudar tão rápido como resultado desta nova invenção."

Linhardt admitiu que a nova pilha ainda está longe de ser comercializada.

"Os dispositivos que estamos fabricando têm apenas algumas polegadas. Teríamos que aumentar para o tamanho de folhas de papel para fazer com que sejam comercialmente viáveis", disse. Nesta escala, acrescentou, a voltagem poderia ser grande o bastante para alimentar um carro.

Os nanotubos de carbono, porém, são caros, o que deve encarecer os preços das pilhas que no futuro poderiam fazer um carro andar.

"Sou um entusiasta de veículos elétricos, mas será necessário muito tempo para baixar os custos", disse Daniel Sperling.

Mas, segundo Linhardt, o mundo está indo na direção dos dispositivos integrados, como a pilha de papel.

"Eles são mais fáceis de fabricar, mais corretos ambientalmente e podem ser usados em muitos dispositivos."





Fonte: BBC Brasil

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