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Economia
Sábado - 28 de Julho de 2007 às 12:59
Por: Valéria Cristina

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Os fiscais federais agropecuários em todo o país vão permanecer em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada ontem, após o governo federal ter feito uma proposta considerada "indecente" pelos sindicalistas. A União ofereceu aos grevistas um reajuste salarial de 5,7%, mas só para a partir de julho do ano que vem. Segundo o presidente da Associação dos Fiscais Federais do Ministério da Agricultura em Mato Grosso (Affama), Joaquim Guimarães Botaro, a proposta não atende ao que pede a categoria, por isso movimento vai continuar.

Só em Mato Grosso, a greve dos fiscais federais da agricultura, está causando prejuízo à indústria frigorífica de aproximadamente R$ 14 milhões por dia. É a média que as 32 plantas do Estado deixam de faturar por conta da decisão dos fiscais de liberar certificados para apenas 30% das cargas. A previsão do Sindicato dos Frigoríficos (Sindifrigo) é que a partir de segunda-feira a situação se agrave com a paralisação total das plantas. Elas estarão com seus estoques lotados e terão que parar. Os frigoríficos, dependendo do tamanho, têm de 200 a 1,2 mil funcionários. O presidente do Sindifrigo, Luiz Antônio de Freitas, alerta que o problema vai se estender por toda a cadeia, porque sem poder cumprir os contratos, os empresários começaram a não poder quitar seus compromissos.

Os fiscais não querem reajuste de salário puro e simples. A categoria quer que seja enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei que reestrutura a carreira, estabelecendo novas tabelas salariais e gratificações. Este projeto está pronto, mas se encontra engavetado no Ministério do Planejamento desde novembro do ano passado. Conforme Botaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sequer cumpriu a promessa de avaliar o projeto.

O Estado do Amazonas já pediu permissão ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que os órgãos estaduais possam desempenhar as funções dos fiscais federais, no sentido de evitar grandes prejuízos para a economia local. Outros Estados também estariam se manifestando. Em Mato Grosso ainda não há notícia de pedido de providências.

São 75 fiscais da ativa em Mato Grosso. Cerca de 50 deles trabalham dentro de frigoríficos. Nenhum abate é feito sem a presença dos fiscais, que verificam as questões de sanidade. Também são eles os responsáveis por emitir o certificado que libera a carne para comercialização. Os fiscais federais atuam ainda em casos de focos de doenças e na verificação de importações de produtos de origem animal e vegetal que entram no país.





Fonte: Gazeta Digital

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