PC do B oficializa apoio a Lula, mas pede mudanças na economia
A posição foi recomendada ontem pela Executiva do partido e foi confirmada hoje na convenção da legenda. Na conversa com os integrantes do PC do B no Palácio da Alvorada, Lula convidou o partido a integrar a coordenação de sua campanha com a formalização da aliança.
"O presidente nos disse que se a convenção aprovasse [a aliança], estaríamos convidados a participar da coordenação central de campanha, a participar da caravana de campanha que ele fará pelo Brasil e das comissões que vão destrinchar aspectos da campanha", afirmou Rabelo.
Apesar do apoio, o PC do B pedirá mudanças na política macroeconômica num possível segundo mandato de Lula. Um documento que será concluído ao final da convenção do partido pedirá mudanças na economia, taxas de juros mais baixas e interferência do Banco Central na formação da taxa de câmbio.
"Nós defendemos um redirecionamento da política macro com crescimento mais forte", afirmou o presidente do PC do B. "Acho que um novo governo [Lula] tem que enfrentar esses problemas. A política macroeconômica não pode ser rígida e fixa o tempo todo", continuou. "Acho necessário que haja essa reorientação."
Propaganda eleitoral
Com a aliança de Lula com o PRB e o PC do B, o tempo de rádio e TV para o presidente pode chegar a 6 minutos e 34 segundos. O principal adversário de Lula, o tucano Geraldo Alckmin, terá pouco mais de 9 minutos.
A diferença, na opinião de Rabelo, não prejudicará Lula. Ao contrário, poderia ajudá-lo caso Alckmin não saiba fazer bom proveito do tempo adicional.
"Se você tem muito tempo, é preciso usá-lo muito bem porque se não pode funcionar no sentido contrário. O tempo de Lula é suficiente para expor suas opiniões e fazer um belo programa", afirmou o presidente do PC do B.
Alianças regionais
PC do B e PT estarão aliados formalmente em 15 Estados. Em outros dez, a aliança será informal. Apenas em dois, Distrito Federal e Tocantins, os dois partidos serão adversários.
Rabelo disse que a aliança formal não atrapalhará o partido na tentativa de superar a cláusula de barreira, que obriga as legendas a terem 5% dos votos nacionais em nove Estados para continuar vivo.
Isso porque o partido pode se aliar, regionalmente, com o PT, PSB e PMDB, os dois últimos sem candidatos à Presidência e, portanto, livres para todo tipo de coligação.
Comentários