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Internacional
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 10:50
Por: Manny Mogato e Rosemarie Franc

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A presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, deu prosseguimento nesta segunda-feira a uma ação contra suspeitos de terem armado um golpe contra ela, com o registro policial de 16 casos de rebelião.

Arroyo apareceu na televisão um dia depois de dezenas de fuzileiros navais terem desafiado brevemente o estado de emergência decretado por ela na última sexta-feira, devido a um complô que, segundo suspeitas, incluiria planos de matá-la.

Mas a presidente, que sobreviveu a uma tentativa de impeachment no ano passado por alegações de fraude e corrupção, não deu sinais de quando o estado de emergência será cancelado. Em vez disso, ela retomou uma antiga promessa de melhorar as condições dos militares do país, que estão desmoralizados.

O secretário da Defesa, Avelino Cruz, disse que o governo vai avaliar nesta segunda-feira o final do estado de emergência, que permite prisões sem mandados e ampliação dos prazos de detenção sem acusação.

Mas ele ressaltou a repórteres que "não vamos baixar a guarda".

A tensão diminuiu depois do impasse de cinco horas no domingo em uma base militar em Manila, onde cerca de 100 marines pediram apoio público contra a demissão de seu comandante, por sua suposta ligação com o complô.

As escolas estão fechadas, mas o comércio está funcionando normalmente na capital, com lojas e escritórios abertos e sem tropas nas ruas.

Os mercados financeiros estão mais calmos, depois do tumulto causado pela crise na sexta-feira. O peso valorizou-se 0,5 por cento no dia em relação ao dólar e o principal índice de ações recuperou quase toda a perda de 1 por cento registrada na sexta-feira.

GRINGO

A polícia disse que das 16 pessoas que serão acusadas de rebelião, seis são membros esquerdistas do Congresso, além de soldados da ativa e da reserva.

Jose de Venecia, presidente da Câmara dos Deputados, disse que concordou em entregar os deputados esquerdistas Rafael Mariano, Teodoro Casino, Satur Ocampo e Lisa Masa para o Departamento de Justiça.

"Nenhum congressista está acima da lei", afirmou Venecia depois de uma visita do secretário da Justiça, Raul Gonzalez, e do chefe da polícia nacional, Arturo Lomibao.

Cerca de 150 manifestantes de esquerda protestaram no salão de entrada da Câmara, gritando "lei marcial, nunca mais" e "não tenham medo de lutar".

Um dos participantes foi Gregorio Honasan, ex-coronel do Exército ligado à maioria da diversas tentativas de golpe nas Filipinas nos últimos 20 anos.

Conhecido como "Gringo", Honasan liderou um pequeno grupo de soldados que se rebelaram contra o ditador Ferdinand Marcos em 1986, provocando a revolta que restaurou a democracia no país.

Um grupo de advogados desafiou Arroyo na Suprema Corte, argumentando que o estado de emergência é inconstitucional.

Ela também foi criticada por recorrer a poderes que muitos vêem como similares aos nove anos de lei marcial durante a era Marcos.





Fonte: Reuters

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