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Saúde
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 23:00

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Uma das prioridades do governo federal para este ano, anunciada durante a última reunião ministerial, na Granja do Torto, é acabar com as filas no serviço público, sobretudo nos hospitais e postos da Previdência Social.

Na área de saúde, um programa do governo federal, o Qualisus, que já foi implantado em cinco estados, pode ser um remédio a longo prazo para as filas nos hospitais públicos. Até o fim deste ano, o programa deve chegar a todas as capitais.

Por meio do Qualisus, o Ministério da Saúde busca melhorar, inicialmente, o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo nas emergências hospitalares, consideradas o grande gargalo do sistema no que diz respeito às filas. Para ter uma idéia das dimensões do problema, basta observar o número de internações por ano, que é de 11 milhões, observou Antônio Mendes, coordenador do Qualisus.

O programa deve ser implementado em todas as capitais brasileiras e também nas regiões metropolitanas. Com isso, os hospitais associados receberão recursos do orçamento do Ministério da Saúde, no valor de R$ 640 milhões, até 2006 (R$ 240 milhões em 2005 e R$ 360 milhões em 2006). Além da dinamização das urgências, com o auxílio de consultores do ministério, o programa busca investir em reformas e em novos equipamentos.

Para diminuir as filas e os problemas dos pacientes, o Qualisus instalará a triagem com classificação de risco, em que a prioridade é o atendimento por gravidade e não por ordem de chegada. Além disso, o setor de emergência será reestruturado com espaços definidos por grau de risco (alto, médio e baixo).

"Dentro desta qualificação, vamos trabalhar primeiro o acesso da população a essas unidades. Pessoas com grau maior de risco passam na frente de quem chega com menor grau. Isso não reduz o número de pessoas que chega ali, mas qualifica. Deixa de ser uma fila única para ser várias por gravidade. Isso agiliza, qualifica o atendimento e salva vidas, o que é mais importante", disse Antônio Mendes.

O programa regulará a porta de entrada do paciente, que será direcionado ao local certo pelo 192, o número do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Além disso, as unidades de pronto atendimento não-hospitalar, conhecidas como ambulatórios, serão organizadas e instaladas para atender casos mais simples. "Isso evita que estes casos cheguem às grandes unidades hospitalares, gerando filas", ressaltou.

Cinco estados brasileiros (Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Goiás) aderiram ao programa, que entrou em vigor em junho de 2004. O primeiro foi o Rio de Janeiro, onde os investimentos do Ministério da Saúde chegam a R$ 38 milhões. No Rio, as unidades hospitalares que estão inscritas no Qualisus são as municipais Miguel Couto, Andaraí, Souza Aguiar, o estadual Rocha Faria e o federal Bonsucesso.

"A partir de janeiro, iniciaremos trabalho em várias capitais, chegando a todas até o fim do ano. Nas cinco capitais inscritas hoje, obras estão em processo de licitação, em paralelo com a atuação de equipes do ministério, que discutem mudanças qualitativas (como a implantação de ouvidorias, protocolos de atenção clínica e treinamento de pessoal). Isso prescinde da obra e já está sendo feito. Todas estas unidades estão sucateadas", constatou.




Fonte: Agência Brasil

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