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Economia
Sexta - 20 de Fevereiro de 2015 às 17:16

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Reprodução/TVCA
Piscicultores de comunidade rural de Cuiabá  enfrentam altos custos para se manterem  na atividade
Piscicultores de comunidade rural de Cuiabá enfrentam altos custos para se manterem na atividade

Nos próximos 40 dias, a procura por peixes aumenta 100%, mas com o alto custo de produção, piscicultores da comunidade rural Cinturão Verde, em Cuiabá, têm dificuldade para atender à demanda. A piscicultura já foi a esperança das 80 famílias que trabalham nessa região, que é propícia à abertura de tanques, já que o lençol freático fica a menos de um metro da superfície. Atualmente, só consegue manter uma boa produção quem tem condições de investir e se reinventar.

A produção está tão baixa que nem a ração atrai os tambatingas. Este ano, entre os cinco criadouros, a piscicultora Maria Dinaura Silva conseguiu colocar só 3 mil peixes, 30% a menos do que poderia produzir. “Porque não tivemos condições de comprar os alevinos, as rações, está muito caro, muito difícil de comprar”, diz.

O último incentivo que a piscicultora teve foi a abertura de um tanque de peixes pela Prefeitura de Cuiabá, que também começou uma escavação no sítio de José Ferreira da Silva e não terminou. “Com isso, não consegui mais como poderia fazer. Então estou esperando a boa vontade”, conta o piscicultor.

Aos poucos, os irmãos Ederaldo e Enoque transformam a chácara da família em um pesqueiro, uma alternativa que eles e muitos piscicultores encontram para suportar o custo de produção e ter um lucro um pouco maior pelo quilo do pescado. “Quando começamos a criar peixes, há cinco anos, a ração custava R$ 22,50 o saco e o peixe nós vendíamos a R$ 8 o quilo. Hoje nós estamos pagando R$ 43 no saco de ração e o peixe está R$ 9 o quilo”, calcula Enoque Gomes Jorge.

Além do preço da ração, a piscicultura na região também tem outros problemas para se preocupar. As estradas estão em péssimas condições e falta suporte técnico para melhorar o trabalho. “Agora nós estamos completamente abandonados. Há três anos nós não recebemos mais um tanque aberto no município, não recebemos um alevino da Prefeitura Municipal de Cuiabá e tanto do Estado também, não recebemos um incentivo de nada”, comenta Everaldo Goulart, presidente da Associação dos Produtores de Peixe (Aspropeixe).

A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) informou que já tem um diagnóstico da situação e pretende discutir e implantar novas estratégias para a piscicultura nos próximos seis meses. O secretário Suelme Fernandes afirma que será dado apoio técnico pela Empaer e também pensa em disponibilizar uma linha de microcrédito que possa subsidiar alguns investimentos iniciais na piscicultura.

“E por último, já começamos um debate sobre a questão de buscar mecanismos fiscais de baratear a ração de peixe, que encareceu muito no Estado, principalmente para fomentar essa cadeia produtiva”, destaca.

A Prefeitura de Cuiabá disse em nota que está auxiliando os piscicultores, inclusive disponibilizando um caminhão para a venda dos peixes. Sobre a estrada, a Secretaria de Obras Públicas aguarda passar o período de chuvas para realizar o tapa buracos.





Fonte: Do G1 MT

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