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Opinião
Sábado - 30 de Maio de 2020 às 05:55
Por: Eduardo Chiletto

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De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 1,4 bilhão de pessoas ainda vive sem energia elétrica. As fontes de combustivo fósseis geram degradação e grande impacto ambiental. Enquanto as fontes de energias limpas auxiliam a preservar os recursos naturais, porém uma das grandes dificuldades para a expansão da infraestrutura de energia limpa ainda é o custo elevado.

O Estado de Mato Grosso apresenta elevado potencial energético para fontes renováveis de energia, dentre elas, podemos destacar a energia solar fotovoltaica e a energia baseada em biomassa de resíduos florestais. Entretanto, cerca de 36,6% da energia primária consumida vêm da hidráulica, principalmente através das usinas hidroelétricas.

Segundos estudos realizados pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético – NIEPE, coordenado pelo Engenheiro Ivo Dorileo, para o PNUMA (ONU) Meio Ambiente via PAGE – Partnership for Action on Green Economy:

“Um grande avanço na matriz energética estadual vem sendo conseguido através das inúmeras oportunidades existentes no território mato-grossense em termos de potencial energético e que, se explorado conscientemente e com um bom planejamento, pode trazer maiores benefícios e equilíbrio à matriz quais sejam: o potencial energético da biomassa – principalmente os resíduos da atividade florestal e agropecuária, e o recurso solar para uso fotovoltaico e de baixa temperatura, cuja radiação é da ordem de duas vezes maior que a intensidade média da Europa”.

É importante lembrar que entre os principais eixos de compromissos de governo do Estado de Mato Grosso na COP 21 – Paris/França - para o desenvolvimento sustentável, a energia renovável é a que se destacou. Importante salientar que poucos estados no Brasil são capazes de ser autossuficiente em energia. No Brasil, quase a metade da energia que consumimos ainda vem do petróleo. Contudo, em Mato Grosso este percentual é cerca de 79%, sendo liderado pelo óleo Diesel, no qual permanecemos dependentes.

Apesar de até então as iniciativas do governo terem sido insuficientes, o estado caminha atualmente a passos largos, a partir da parceria com a PAGE, para implantar um processo de transformação da política pública no setor através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em parceria com a iniciativa privada, para o desenvolvimento equilibrado de um mercado de energia renovável no Estado.

Ainda segundo o NIEPE: “As estimativas do potencial técnico para aproveitamento fotovoltaico apontaram para valores significativos nas faixas de irradiação entre 4.750 Wh/m²/dia e 5.570 Wh/m²/dia em todo o território estadual. O potencial econômico de mercado atingível pode chegar a 5,6 GW...”.

“...O potencial da biomassa de resíduos florestais (...) que pode substituir a geração a diesel (...) pode ser produzida pelos resíduos da industrialização de madeira em tora proveniente de florestas plantadas, sem risco de aumentar o desmatamento. Para o primeiro são estimados 539 GWh ano – dez vezes a geração a diesel atual”.

Contudo, para atingir este potencial apontado pelo estudo é imperativo um planejamento estratégico, um plano diretor integrado dos recursos energéticos – Governo de Estado/iniciativa privada - que garanta um adequado desenvolvimento das fontes renováveis de energia – energia limpa.

Como resultado da inserção dessas fontes renováveis na matriz energética para nosso Estado, podemos citar como importante contribuição a médio e longo prazos, nesses tempos pós pandemia, o aumento significativo do número de postos de trabalho, o que denominamos de “empregos verdes”, que resultará em melhoria para o bem-estar humano e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduzirá significativamente os riscos ambientais e os desequilíbrios ecológicos.

Eduardo Chiletto, arquiteto e urbanista, presidente da AAU-MT, academia.arquitetura@gmail.com, https://www.instagram.com/academiaarqurb/_



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