A importância do check-up ginecológico
Devido às mudanças hormonais e corporais que ocorrem ao longo da vida da mulher, o check-up regular desde a adolescência até a terceira idade é recomendável para garantir que a nossa saúde no geral esteja protegida.
Os hábitos do dia a dia muitas vezes nos impedem de perceber as mínimas alterações no corpo, e uma avaliação ginecológica e exames feitos anualmente tendem a favorecer o diagnóstico precoce dos problemas de saúde mais frequentes na mulher.
A idade, a vida sexual ativa e histórico médico são fatores que podem alterar a gama de exames que o médico irá realizar ou requerer. Porém, alguns fazem parte da rotina básica da consulta.
Entre eles está o exame de palpação das mamas, que permite avaliar se há nódulos na região mamária e axilar. Para assegurar que não haja cistos ou tumores, o médico solicitará, após exame físico, a mamografia e ultrassom da mama. A partir dos 40 anos de idade, estes dois exames, que se complementam, também são fundamentais pelo menos uma vez ao ano.
A idade e o estilo de vida e os antecedentes pessoais e familiares são alguns dos fatores que são levados em conta na hora da escolha de outros exames complementares, como o ultrassom da tireóide, abdome total e pélvico, ou transvaginal, na dependência das particularidades de cada mulher.
Já o Papanicolau é o exame padrão para a detecção precoce do câncer de colo de útero, somente realizado em mulheres que já iniciaram a vida sexual. Por meio da coleta de um esfregaço contendo células do colo do útero, avaliam-se alterações que podem ir desde uma inflamação simples até o carcinoma “in situ”, que já seria considerado um câncer de colo uterino em fase inicial, o que daria início a uma investigação mais profunda para dar início ao tratamento, nesse caso com altos índices de cura.
Por fim, as análises clínicas devem complementar o check-up ginecológico. Além do controle metabólico como colesterol e triglicérides, glicemia, hemograma e uma avaliação hormonal. Isso permite um rastreio clinico de doenças prevalentes onde o médico ginecologista encaminha ao especialista caso necessário.
Mulheres que desejam engravidar, e preparam-se para isso, também precisam manter consultas e exames regulares, que podem detectar facilmente algumas condições que poderiam explicar a dificuldade de gestar em algumas mulheres, como a adenomiose e a endometriose, nos seus variados graus, notando-se por vezes obstrução das trompas e cistos ocupando a maior parte dos ovários.
E, com a chegada da menopausa, naturalmente ocorrem mudanças hormonais que favorecem a osteoporose e um dos exames solicitados nessa fase é a densitometria óssea, que mostrará se a mulher mantém a densidade óssea dentro da esperada para a sua faixa etária ou se há sinais de perda de massa óssea que poderiam alertar para a possibilidade de fraturas aos pequenos traumas ou mesmo esforços.
Portanto, não se descuide. Está em nossas mãos tomarmos atitudes em defesa da nossa saúde.
Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, Docente do Departamento de Ginecologia da UFMT, especialista em endometriose e infertilidade
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