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Opinião
Quarta - 15 de Junho de 2022 às 10:09
Por: RAFAEL NOLASCO

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Para que possamos compreender o cenário mundial que culminou na atual crise econômica é importante lembrar da maior recessão do século 21, que teve início em setembro de 2008 e cujos efeitos repercutiram em escala mundial.

O gatilho, na época, foi uma combinação de atividades especulativas nos mercados financeiros, com foco principalmente em transações imobiliárias, especialmente nos EUA e na Europa Ocidental, o que aliado à disponibilidade de crédito barato, levou à uma severa contração financeira.

Sobre o assunto, Scott Newton, professor de história britânica moderna e internacional da Universidade de Cardiff, diz que “houveram empréstimos em grande escala para financiar o que parecia ser uma aposta de mão única no aumento dos preços dos imóveis. Mas o ‘boom’ acabou sendo insustentável porque, por volta de 2005, a diferença entre renda e dívida começou a aumentar. Isso foi causado pelo aumento dos preços da energia nos mercados globais, levando a um aumento na taxa de inflação global, o que conduziu a essa crise de uma das mais marcantes da história. Se olharmos bem, podemos notar que existem muitas semelhanças com a atual crise”.

A crise financeira de 2008, com suas origens em Wall Street, provocou uma série de obituários para o capitalismo americano altamente financeirizado. A era de fluxos de capital irrestritos e mercados desregulados parecia coisa do passado, pois o centro de gravidade econômico e geopolítico do mundo parecia se mover tanto para o leste quanto para o sul.

Ao longo dos anos a economia global voltou a caminhar em direção à estabilidade, mas a disputa bélica e econômica ainda hoje demostra que o triangulo USA, Rússia e China mantém seu foco concentrado na busca por influência e soberania mundial.

Se listarmos o PIB das dez maiores economias do planeta veremos que apenas a China obteve êxito em efetivamente se aproximar dos Estados Unidos.

  1. Estados Unidos – 20,49 trilhões de dólares;
  2. China – 13,4 trilhões de dólares;
  3. Japão – 4,97 trilhões de dólares;
  4. Alemanha – 4,00 trilhões de dólares;
  5. Reino Unido – 2,83 trilhões de dólares;
  6. França – 2,78 trilhões de dólares;
  7. Índia – 2.72 trilhões de dólares;
  8. Itália – 2.07 trilhões de dólares;
  9. Brasil – 1.87 trilhões de dólares;
  10. Canadá – 1.71 trilhões de dólares.

A recuperação do cenário econômico mundial estava em pleno desenvolvimento quando tudo mudou em dezembro de 2019 com o surgimento de um vírus que poderia causar uma pandemia global, o que se confirmou com o vertiginoso alastramento do SARS-COV-2.

O choque rápido e implacável da COVID-19 e as medidas destinadas à sua contenção mergulharam a economia global em uma severa retração. De acordo com os relatórios do Banco Mundial, a economia global encolheu cerca 4,3% em 2020, o que representa a recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial, com a maior fração de economias experimentando declínio no desenvolvimento per capita desde 1870.

A COVID-19 atingiu com mais força os países que são altamente dependentes do comércio global, do turismo, da exportação de commodities e do financiamento externo. Embora a magnitude desse impacto varie de região para região, todas as economias emergentes ostentam vulnerabilidades que foram intensificadas pela Pandemia. Não fosse o bastante, os analistas de política externa e segurança regional dos EUA no Ministério das Relações Exteriores do Vietnã, Dr. Vu Le Thai Hoang e Huy Nguyen, apontam que os atrasos escolares e no acesso à saúde primária provavelmente manifestarão impactos duradouros no desenvolvimento do capital humano das próximas décadas.

As tensões entre Estados Unidos e China vinham aumentando nos últimos anos, o que não foi freado pela Pandemia. A resposta de saúde pública mais eficaz da China e a sua capacidade de rápido restabelecimento econômico irão polir suas credenciais rumo à liderança no campo do desenvolvimento global, o que certamente aciona o alerta americano.

A assertividade da China no campo do desenvolvimento global representa um desafio direto tanto para investidores tradicionais como EUA e Reino Unido, como para instituições financeiras internacionais capitaneadas pelo Banco Mundial. Isso porque, um equívoco comum é imaginar que as normas, objetivos e práticas de projeção econômico-financeira já experimentados por outros países estão sendo observados agora, e que a China está abrindo caminho para um grupo lotado de países e organizações internacionais interessados no intercâmbio de experiência. Pelo contrário, a China está começando a moldar sua própria noção de desenvolvimento, e isso indubitavelmente levanta a questão: qual é o significado de “desenvolvimento” que vem sendo cunhado pela China?

Os já citados analistas Vu Le Thai Hoang e Huy Nguyen sustentam que para responder a essa pergunta é necessário entender como o conceito de desenvolvimento evoluiu a partir de entendimentos anteriores a respeito da mudança induzida pelo Estado em grande escala. Os EUA lançou uma série de medidas destinadas a “reconstruir” as províncias do Sul que haviam sido devastadas pela brutal Guerra Civil Chinesa de 1861-1865. No final do século 19, os formuladores de políticas americanas voltaram sua atenção no exterior para suas quase-colônias. O Excepcionalismo Americano e o domínio tecnológico desse país foram formulados para catalisar a modernização das sociedades primitivas estagnadas.

Conter a disseminação do comunismo após a Segunda Guerra Mundial através do impulsionamentos de tais economias paralisadas no tempo tornou-se o foco dos esforços americanos. A URSS e os EUA competiam por Estados-clientes durante a Guerra Fria, mas seus programas de ajuda ao desenvolvimento eram surpreendentemente semelhantes em termos de objetivos e práticas. Ambos foram engendrados pela experiência de colonizar uma vasta fronteira interna, e ambos alavancaram o domínio da tecnologia e uma estrutura organizacional racionalizada para fomentar a industrialização. Investimentos em larga escala em projetos-chave na mão de seguimentos específicos de mercado, como barragens hídricas e siderúrgicas, foram concebidos para ter efeito cascata e resultar no crescimento da indústria e no aumento da produtividade agrícola.

O historiador Michael Adas (2006, p. 276) explica que isso serviu para limitar o espaço político dos países receptores: “As semelhanças subjacentes nas ideologias e políticas desenvolvimentistas avançadas pelas superpotências rivais na Guerra Fria significavam que as opções disponíveis para líderes e planejadores nas sociedades pós-coloniais eram muito mais limitadas do que as interpretações predominantes da época sugeririam”.

A China permaneceu distante da disputa desenvolvimentista travada entre americanos e soviéticos durante a Guerra Fria. A ruptura irrevogável da China com a URSS no final da década de 1950 levou à saída de assessores técnicos soviéticos do governo Chinês, o que resultou na ausência de mácula à reputação do Partido Comunista Chinês em razão dessa antiga associação com o stalinismo. Em contraste, as revelações dos excessos do stalinismo conduziram ao colapso do maciço apoio aos partidos comunistas na Europa Ocidental. Na década de 80, a ideologia comunista foi substituída por uma desconfiança nas metanarrativas e deu lugar a uma preferência pelo relativismo, diferenças e particularismos locais que inibiram uma resistência coordenada por parte dos Estados do bem-estar social keynesianos.

Nessa época, o neoliberalismo tornou-se a base ideológica do desenvolvimento e, segundo Colin Leys (1996, p. 24), “a única política de desenvolvimento aprovada oficialmente (pelo Consenso de Washington) era não ter uma”. Os custos humanos e ambientais da reestruturação neoliberal tornaram-se cada vez mais aparentes à medida que a década de 80 avançava, mas a oposição permaneceu com suas atenções voltadas para o conflito que opôs marxistas – que se reagruparam sob uma bandeira de economia política crítica – e os adeptos da era pós-desenvolvimentista – que estavam comprometidos com a política de identidade local.

As reformas políticas foram decididamente abandonadas após 1989, embora experimentação e reformas econômicas continuaram em ritmo acelerado.

Enquanto setores da economia política da China tornaram-se cada vez mais orientados para o mercado, ela evitou a terapia de choque radical implementada em outros países em desenvolvimento e o Estado permaneceu soberano em relação aos mercados.

Os formuladores de políticas públicas perseguiram um conjunto de objetivos notavelmente semelhante ao que os teóricos ocidentais delinearam na “teoria da modernização”, ou seja, uma transformação estrutural de base ampla de uma sociedade agrária para um centro de produção e inovação tecnoindustrial avançado, que exibe uma divisão cada vez mais sofisticada de trabalho. Centenas de milhões de pessoas foram retiradas da pobreza e os padrões de vida melhoraram para a grande maioria dos chineses, o que explica porque o governo chinês desfruta de um alto nível de confiança e legitimidade entre seus cidadãos. Essa abordagem híbrida e pragmática – em vez de uma estrutura política universalmente informada pela ideologia – molda a compreensão da China sobre o desenvolvimento e o seu atual crescimento que vem projetando o país rumo à possível liderança econômica mundial.

Desde o início da Guerra Fria, as complexas interações entre Estados Unidos, China e Rússia/União Soviética sempre tiveram um papel predominante nas relações internacionais e chamam a atenção das economias coadjuvantes. Na maior parte, seja durante os anos de alinhamento sino-soviético ou o momento histórico “Nixon para a China”, isso se reduziu a dois lados alinhados um contra o outro. As relações mais calorosas entre a China e a Rússia em resposta à atual política de competição estratégica dos EUA indicam a continuidade dessa tendência. No entanto, ao analisar a configuração contemporânea desse “triângulo”, tal avaliação merece um exame mais aprofundado.

Entre China e EUA, o relacionamento representa uma trajetória aparentemente irreversível de competição estratégica, a chamada “Guerra Fria 2.0” tornou-se um tema bastante popular. É importante notar, contudo, que embora certas características da competição estratégica atual agreguem alguma semelhança com as da Guerra Fria propriamente dita, esta era de globalização significa que um confronto global de longo prazo entre Washington e Pequim provavelmente não ocorrerá em uma ordem bipolar, mas de maneira multipolarizada, na qual interesses complexos e entrelaçados entre as nações serão levados em consideração em quase todos os aspectos da competição estratégica.

Nos últimos anos, à medida que os EUA aumentaram a pressão contra cada um de seus concorrentes estratégicos percebidos, a China e a Rússia têm intensificado a cooperação bilateral em vários domínios, enquanto trabalham juntos para compensar a pressão dos EUA, contrabalancear a influência dos EUA em fóruns multilaterais e repreender a ordem internacional imposta pelos americanos. De fato, no ano passado, o presidente russo Vladimir Putin, em contato com o principal diplomata da China, Yang Jiechi, durante sua visita à Rússia, exclamou que as relações entre os dois países eram “as melhores da história”.

Essa tendência não passou despercebida entre acadêmicos e formuladores de pensamento crítico, especialmente em Washington. Autoridades dos EUA tanto no governo Trump quanto no de Biden frequentemente soaram o alarme a respeito do estreitamento dos laços entre China e Rússia. Mais recentemente, o relatório americano “Global Trends 2040” avaliou que esses dois países “provavelmente permanecerão alinhadas” para o futuro.

A convergência de interesse entre essas potências Asiáticas está concentrada no setor energético devido à necessidade da Rússia de um mercado estável para compensar as sanções ocidentais decorrentes da Guerra da Ucrânia, aliada ao desejo de diversificação de fontes e à crescente demanda Chinesa, explica o Dr. Vu Le Thai Hoang.

Muitos especulavam que a próxima guerra seria digital e que possivelmente não assistiríamos a novas destruições provocadas por disputas bélicas tradicionais. Sobre o assunto, podemos analisar que a tensão que vem acontecendo entre China e Taiwan se arrasta por décadas, não evoluindo para um conflito armado propriamente dito. Infelizmente não foi o que aconteceu com a Ucrânia, que foi invadida no último dia 24 de fevereiro pela Rússia. O objetivo inicial do líder russo era depor o governo ucraniano, consolidando definitivamente o intento de aliança defensiva contra a OTAN. Após um mês de fracasso nessa empreitada armamentícia, Vladimir Putin abandonou sua tentativa de capturar a capital Kiev e voltou suas ambições para o leste e o sul da Ucrânia.

Putin desencadeou a maior disputa armada que a Europa já presenciou desde a Segunda Guerra Mundial com a justificativa de que a Ucrânia contemporânea, de inclinação ocidental, era uma ameaça constante e a Rússia não podia se sentir “segura, se desenvolver e existir”.

Milhares de pessoas morreram desde então, vilas e cidades como Mariúpol estão em ruínas e 13 milhões de pessoas foram deslocadas. No mês seguinte à invasão, a Rússia declarou que seu principal objetivo era a “libertação de Donbas” – referindo-se claramente às regiões orientais da Ucrânia de Luhansk e Donetsk. Mais de um terço dessa área já havia sido tomada por forças russas em um conflito que começou em 2014. Agora, a Rússia tem interesse em dominar toda a Ucrânia.

O Kremlin afirmou que "em termos gerais, cumpriu" os objetivos da primeira fase da invasão, que definiu como suficiente para reduzir consideravelmente o potencial de combate da Ucrânia. Contudo, ficou claro com a mudança de rota da Rússia que ela havia reduzido suas ambições bélicas. “Putin precisa de uma vitória”, disse Andrei Kortunov, chefe do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, “pelo menos ele precisa de algo que possa apresentar ao seu eleitorado como uma vitória”.

As autoridades russas estão agora focadas em tomar as duas grandes regiões orientais citadas e criar um corredor terrestre ao longo da costa sul, a leste da Criméia até a fronteira russa. Elas reivindicam o controle da região sul de Kherson e um importante general russo disse ter esperanças de tomar território mais a oeste, ao longo da costa do Mar Negro, em direção a Odesa e além. “O controle sobre o sul da Ucrânia é outra saída para a Transnistria”, disse o general Rustam Minnekayev, referindo-se a uma área separatista de Moldova, onde a Rússia tem cerca de 1.500 soldados.

Se a Rússia capturar ambas as regiões orientais almejadas, provavelmente tentará anexá-las após uma votação simulada, como fez com a Criméia em 2014. A Ucrânia também acusa as forças de ocupação em Kherson de planejar um referendo sobre a criação de uma entidade separatista: “eles já estão introduzindo a moeda russa, o Rublo, a partir de 1° de maio”.

O jornalista Paul Karby diz que desde que a Ucrânia alcançou a independência em 1991, quando a União Soviética entrou em colapso, ela gradualmente voltou sua atenção para o Ocidente, especialmente União Europeia e OTAN. O líder da Rússia procurou reverter isso, entendendo a queda da União Soviética como a “desintegração da Rússia histórica”. Putin afirmou que russos e ucranianos são um só povo, negando à Ucrânia sua longa história e vendo o Estado independente de hoje apenas como um “projeto anti-russo", afirmando que “a Ucrânia nunca teve tradições estáveis de um Estado genuíno”.

Para Putin, a aliança militar defensiva de 30 países do Ocidente tem um único objetivo – dividir a sociedade na Rússia e, finalmente, destruí-la. Em um discurso no “Dia da Vitória” em 9 de maio, ele acusou a OTAN de lançar uma mobilização militar ativa em territórios adjacentes à Rússia. Antes da guerra, ele exigiu que a OTAN revertesse sua expansão para o leste europeu, removendo as forças e a infraestrutura militar dos Estados membros que aderiram à aliança a partir de 1997, deixando de implantar “armas de ataque perto das fronteiras da Rússia”. Isso significa a desmobilização da OTAN na Europa Central, na Europa Oriental e nos Bálticos, o que explica Paul Karby.

Mas a ambição do presidente Putin de trazer a OTAN de volta ao final dos anos 90 não foi atingida, com a Finlândia e a Suécia avaliando se juntar a uma aliança que agora parece mais unificada do que nunca. “Ele provocou o efeito oposto do que queria. Ele queria enfraquecer a Otan, mas a Otan agora está muito mais forte”, diz Barbara Zanchetta.

Uma ampla gama de sanções ocidentais ameaça contrair a economia da Rússia em até 10% este ano e aumentar a inflação em mais de 20%:

· O Banco Central da Rússia teve seus ativos congelados e os principais Bancos russos foram excluídos da rede internacional de transferência de pagamentos SWIFT;

· Os EUA proibiram as importações de petróleo e gás russos; a UE pretende reduzir as importações de gás em dois terços dentro de um ano e está trabalhando em um embargo de petróleo em fases;

· O Reino Unido pretende eliminar gradualmente o petróleo russo até o final de 2022;

· As companhias aéreas russas foram impedidas de entrar no espaço aéreo na UE, Reino Unido, EUA e Canadá; e

· Sanções pessoais foram impostas ao presidente Putin e sua comitiva.

Em um debate a respeito das consequências da guerra sobre a economia, que contou com a participação de economistas do Banco da Inglaterra e de estudiosos das melhores universidades do mundo como Stanford University, foi dito que a guerra da Ucrânia elevou a incerteza econômica mundial. Os preços das commodities aumentaram acentuadamente à medida que aumenta a indefinição acerca da eventual interrupção no fornecimento de energia russo à Europa. Além disso, sanções e restrições comerciais foram impostas a Bancos, empresas e personalidades russas.

Finalmente, o conflito desencadeou uma enorme crise de refugiados, com mais de quatro milhões de ucranianos buscando asilo em outros países. Tudo isso provavelmente acentuará a incerteza econômica já experimentada por empresas, famílias e mercados financeiros desde a crise sanitária global.

É plausível que a guerra tenha aumentado o nível de desconfiança econômica em torno da demanda esperada e da inflação, além de intensificar o receio de interrupções na cadeia de suprimentos.

A guerra na Ucrânia já está afetando a economia mundial. A hesitação diária aumenta desde a Pandemia, e as disputas por territórios asiáticos não permite que as grandes potências impulsionem novamente a inflação para níveis aceitáveis. Projeções de março de 2022 no Reino Unido sugerem que 48% das empresas consideraram esse conflito uma das três principais fontes de incerteza econômica, embora esse nível ainda esteja abaixo do pico de instabilidade verificado com a conjugação do auge da COVID-19 com o Brexit de 2021.

Como visto, a instabilidade mundial é incrementada por vários fatores, mas especialmente pela reunião dos efeitos nefastos da Pandemia, aliada ao racha interno da União Europeia – representado principalmente pelo Brexit britânico – e à ofensiva Russa na Ucrânia destinada ao envio de uma mensagem clara à OTAN fornecem os ingredientes básicos para o aprisionamento dos mercados mundiais em uma recessão sem precedentes históricos e que vivenciamos todos os dias com o custo de vida em vertiginoso aumento.

Por fim, nos resta a seguinte indagação: Ucrânia hoje, Taiwan amanhã?

Rafael Nolasco é consultor de megaprojetos no Reino Unido



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