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Opinião
Sábado - 18 de Maio de 2024 às 00:52
Por: Renato Gomes Nery

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A última Lista Sêxtupla (06) do Quinto Constitucional, encaminhada pela OAB/MT para o Tribunal de Justiça MT, foi liderada por três mulheres (mais votadas pelo Conselho) e saiu de lá uma Lista Tríplice de três homens encaminhada para o Governador do Estado que nomeou um deles.

O Clube do Bolinha funcionou efetivamente, em que pese aquele Sodalício ser presidido por uma mulher e composto por dez desembargadoras. Bem como, a Presidência da OAB/MT ser presidida por outra mulher.

Tudo aconteceu sem qualquer insurgência quer se tenha notícia, seja das Desembargadoras, seja da Presidente da OAB/MT., seja das componentes de Lista Sêxtupla.

Comportamento incomum, quando se trata de mulheres que foram ou que são advogadas. Enfim, um silêncio ensurdecedor! Além do mais, não se viu qualquer mulher ou instituições que as representem dar um pio sequer. Chega-se à conclusão de que, neste caso, as mulheres, merecem o lugar que ocupam: o ostracismo.


A agravante de tudo isto é que o sexo feminino é maioria nos quadros da OAB/MT. Ressaltando que esta Instituição sempre foi de vanguarda e, ora muda, atende a conveniências que fogem do seu perfil histórico.

As eleições nas Seccionais da OAB e nas subseções são feitas através de chapas. Vota-se em chapas fechadas, onde se escolhe os Conselheiros estaduais e federais e a Diretoria do Conselho Seccional. Os bafejos da democracia passaram longe dessa arrumação, pois se retira dos eleitores a opção de votarem em membros de chapas diferentes e o Conselho de uma composição mais representativa da advocacia.

Os mandarins da OAB/MT., encontraram uma forma de se perpetuarem no poder, pois ela tem 62 Comissões Temáticas, a maioria desnecessária, para todos os gostos e matizes. Isto equivale a 1.625 membros que faz pender o pêndulo a favor de quem tem o mando nas eleições futuras. A composição de comissões virou adorno transformado em votos. No Brasil, tudo se dá um jeito da farinha entrar sempre no mesmo saco.

E uma dessas comissões é a da Jovem Advocacia - que teria como objetivo o fortalecimento dos profissionais em início de carreira - plasmada em um artigo publicado, no dia 10.05.2022 de autoria da atual Presidente da OAB/MT.

Não se fortalece o advogado iniciante, com pompons, flores e alegorias. Ignora-se que o acesso ao Poder Judiciário ficou proibitivo, por conta de uma lei aprovada na Assembleia Legislativa, com a providencial ajuda da OAB/MT. Em face dela, a ação, junto ao STF, para abortá-la foi abandonada, pela sua autora (OAB), e que os advogados passaram a sofrer com as severas limitações de acesso à Justiça, pois as partes não dão sequer conta de pagar as taxas (mais caras do País) que viraram impostos e, muito menos, de contratar patronos. Enfim, montou-se num touro de cara para trás.

E assim, meu caro leitor, toca a banda! Só nos resta executar um tango portenho, torcendo para que a chuva que inundou o Rio Grande do Sul não aporte por estas paragens. Porque, pior sempre



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