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Opinião
Quinta - 20 de Junho de 2024 às 00:03
Por: Luiz Henrique Lima

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Sempre estou disponível para ministrar palestras e debater temas de interesse público, principalmente para públicos mais jovens. São ocasiões em que aprendo bem mais do que ensino e geralmente renovo minha energia e esperança.

Recentemente participei de um evento para alunos do ensino médio. Alguns deles irão votar pela primeira vez este ano e demonstraram muito interesse no processo de escolha de candidaturas, especialmente de vereadores. Contei-lhes sobre a minha experiência de ter sido, à época, o mais jovem vereador eleito na cidade do Rio de Janeiro. O debate provocou algumas reflexões que considero interessante compartilhar.

Propus aos participantes que fizéssemos a seleção do candidato ou candidata como se fosse o recrutamento de um diretor executivo para uma organização, com cada um de nós, eleitores, assumindo o papel de ‘headhunter’. Quais as qualidades essenciais para o bom desempenho de suas funções? Quais as características desejadas? O que é mais importante: experiência prática, ideologia ou formação acadêmica? E ainda: o que é uma característica “eliminatória”, que desqualifica o postulante?

As respostas, como esperado, foram variadas. Mas, debatendo, fomos chegando a um razoável consenso, que resumo a seguir.


A honestidade é um requisito unânime e essencial. Significa não apenas não receber ou cobrar propinas, nem promover “rachadinhas”, mas também não colocar seus próprios interesses econômicos acima do interesse da coletividade. Um exemplo citado, foi o de advogar a pavimentação de uma estrada que leva à sua própria chácara, em detrimento de uma via que dá acesso a um posto de saúde.

A formação superior não é uma exigência absoluta. Não é necessário ser “doutor” para ser um bom representante. Mas é indispensável ter humildade e interesse para estudar as matérias que serão objeto de deliberação, especialmente as de natureza orçamentária.

Os jovens estão muito atentos a valores e princípios morais. Afirmam que jamais votariam em quem estivesse envolvido em episódios de violência doméstica ou racismo, por exemplo. Por outro lado, embora a maioria tenha a sua própria crença, não lhes agrada os que utilizam a religião como trampolim para carreiras políticas. Da mesma forma, repudiam aqueles que, à mingua de propostas, ancoram suas campanhas apenas no parentesco com algum outro político famoso ou na torcida por um clube de futebol.

Temas ligados ao meio ambiente e às desigualdades sociais provocam debates entusiasmados, uns mais progressistas, outros mais conservadores.

Porém, para quase todos, é a qualidade da educação a que gera mais críticas e a incerteza com oportunidades de trabalho a que desperta maiores preocupações.

Espero que esses jovens encontrem bons candidatos em quem depositar suas esperanças de futuro. E espero que os vereadores do futuro não decepcionem esses novos eleitores e honrem o sufrágio democrático exercendo com dignidade os seus mandatos.

Luiz Henrique Lima é conselheiro de administração certificado e professor.



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