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Opinião
Quarta - 10 de Julho de 2024 às 13:59
Por: Valdiney de Arruda

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Imagine que o mercado é um grande palco onde todos desempenham papéis importantes. Os consumidores são os espectadores, as empresas são os atores e os movimentos sociais são os roteiristas que mudam o enredo. Nos últimos anos, vimos movimentos sociais como o Black Lives Matter (BLM) não apenas ganharem força, mas também provocarem mudanças significativas nas atitudes dos consumidores, nas práticas das empresas e nas políticas dos governos.

No coração dessa transformação está o poder do consumidor. Movimentos como o BLM aumentam a consciência sobre questões sociais e incentivam práticas de consumo mais éticas. Pense nisso como uma mudança nos gostos do público – as pessoas estão começando a preferir marcas que realmente se preocupam com a diversidade e a justiça social. A pesquisa "Global Consumer Pulse" da Accenture Strategy mostrou que 76% dos consumidores brasileiros são influenciadas pelos valores propagados pelas marcas e pelas ações de seus líderes, em suas compras e 87% dos brasileiros desejam que empresas sejam mais transparentes sobre a origem de seus produtos e as condições de trabalho de seus funcionários.

As empresas também estão no centro desta narrativa. Para muitos negócios, aderir a práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas uma estratégia de sobrevivência e crescimento. Grandes corporações responderam ao BLM adotando políticas mais inclusivas e lançando campanhas que promovem a igualdade racial. Estas empresas não apenas melhoraram sua imagem, mas também fortaleceram suas marcas e aumentaram suas vendas. Para os pequenos empresários, isso é uma lição valiosa: alinhar-se com valores sociais pode trazer não apenas benefícios reputacionais, mas também financeiros.

E não são apenas os consumidores e as empresas que estão mudando – os governos também estão se adaptando. Sob pressão de movimentos sociais, várias cidades e estados dos EUA começaram a reformar suas políticas de policiamento e a implementar novas leis para combater a discriminação racial. A influência do BLM e de outros movimentos sociais é um lembrete de que a voz do público pode levar a mudanças significativas nas políticas governamentais.

Outros movimentos sociais também estão deixando sua marca. O Fridays for Future, liderado por Greta Thunberg, é um exemplo claro de como a pressão pública pode levar as empresas a adotar práticas mais ecológicas. Empresas que se comprometem com a sustentabilidade não só ajudam a salvar o planeta, mas também se destacam no mercado como líderes em responsabilidade ambiental.

Ao final do dia, os movimentos sociais nos lembram que o mundo está em constante mudança e que todos precisamos nos adaptar. Para o setor empresarial, isso significa abraçar essas mudanças, ouvir as demandas dos consumidores e trabalhar continuamente para criar um mundo melhor – um mundo onde negócios e valores sociais caminham juntos. E lembre-se: seu negócio não precisa ser grande para fazer uma grande diferença.

Valdiney de Arruda é bacharel em Administração e especialista em Política Pública e Meio Ambiente pela UFMT, MBA em ESG (Environmental, Social, and Governance) e Auditor-Fiscal do Ministério do Trabalho




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