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Opinião
Quinta - 18 de Julho de 2024 às 00:06
Por: Francisney Liberato

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Quando criança, os meus professores diziam que eu deveria decorar todas as informações necessárias para fazer a prova. Como de costume, eu apenas estudava superficialmente, no dia ou um dia antes das provas.

Dispensava tempo tentando decorar, e gravar todas as informações para fazer o exame. O cérebro parecia pifar de tanto pensar, e às vezes me via em situação de extrema dificuldade para gravar o conteúdo.

Ao passar as provas, se alguém me perguntasse do assunto há pouco estudado, eu não mais lembrava, tendo em vista que aquela informação havia sido útil, para mim, apenas para tirar uma boa nota na prova.

Quando resolvi estudar para concursos públicos, mudei a forma de armazenar as informações. A partir de então, eu não mais decorava o conteúdo, letra por letra, mas, sim, memorizava, buscava primeiramente entender o assunto e fazer o máximo de analogias e assimilações. Era como se eu estivesse criando vários links, que me auxiliavam a lembrar do conteúdo mesmo após a realização das provas.


Qual método funcionou para mim? O método que vou te ensinar. Posso dizer que foi infalível e, por isso, vou compartilhar com vocês.

Como já dito, é necessário entender o assunto; do contrário, voltaremos a utilizar a técnica fracassada do “decoreba”. A memorização ainda é meu forte aliado em palestras e cursos.

Nesta técnica de memorização, a cada página lida, faço anotações em tópicos das principais informações do conteúdo. Traduzindo em números, eu crio no máximo 10% como síntese do conteúdo estudado.

Para tornar ainda mais fácil a compreensão, a cada 10 páginas, você pode sintetizar, em no máximo 1 página, aquilo que compreendeu. Se forem 100 páginas, você terá até 10 páginas para fazer essa sintetização.

Nos resumos, tenha consciência e cautela para colocar no papel apenas os assuntos que desconhece e que. ao mesmo tempo, serão relevantes e centrais para o seu aprendizado e resultado. Não há necessidade de fazer resumos de assuntos os quais você domina.

Quanto mais você estudar, mais resumos vai ter. Você pode fazer o resumo escrevendo com o próprio punho (o mais recomendado), ou digitando; é mais fácil para buscar e atualizar o conteúdo. Já utilizei as duas maneiras e percebo que, quanto mais escrevo à mão, maior é a minha memorização do conteúdo. O ato de escrever à mão é mais lento, porém, a grande vantagem é a de que já começo a memorizar.

Em determinado momento da minha vida, cheguei a ter muitos blocos de folhas A4 com vários resumos de disciplinas do direito, ciências contábeis, informática, matemática, dentre outras matérias. Todos os conteúdos que estudei para os concursos públicos eu guardava em várias caixas de sapatos. Hoje já não tenho mais essas caixas…

Quando você lê o assunto, faz exercícios para fixação e depois escreve o núcleo duro do conteúdo lido, você já está exercitando a memorização.

Quando todo material era construído, qual era a finalidade deles? Aqui vem o segredo da memorização, que já adianto: é trabalhosa, cansativa e tem uma velocidade de estudo moderada; a curto prazo, entretanto, a médio e a longo prazo, você perceberá que o conteúdo ficará mais fácil de acessar na sua mente.

Qual é a sacada? Como estudar exige um planejamento e uma sequência de dias e horas de estudos semanais, todos os dias, antes de iniciar o estudo de novos assuntos, eu fazia uma leitura e releitura dos resumos, fazia uma mentalização e analogias das matérias com a vida cotidiana, pois me auxiliava na memorização.

Estruturando a dinâmica da memorização, temos as seguintes etapas lógicas e interligadas:

Ler, assistir vídeos, pesquisar e estudar;

Fazer exercícios;

Sintetizar o conteúdo estudado;

Memorizar os papéis de resumos.

O anteriormente demonstrado é o que eu chamo de ciclo da memorização. Todos os dias e semanas repetia o mesmo ciclo.

Se eu estudasse direito administrativo na segunda-feira, surgiam, por exemplo, 10 páginas de resumos. Na terça-feira, ao estudar direito constitucional, eu primeiro fazia a memorização dos resumos de segunda-feira.

Só nesse tempo, por exemplo, acumulavam-se 12 páginas do assunto no dia. Na quarta-feira, ao estudar direito tributário, eu fazia a memorização do conteúdo de segunda e terça-feira, ou seja, 22 páginas, e mais o resumo do assunto do dia. Percebam que o ciclo, a cada dia que passava, aumentava as matérias e os resumos de forma paulatina.

Ao fazer esse ciclo da memorização, percebia o quanto as questões das provas ficavam fáceis para mim, e isso me rendia uma resolução rápida da prova, uma vez que os assuntos estavam conectados na minha memória e, então, ficava fácil lembrar.

O fenômeno de “dar branco” no dia da prova, eu não sentia essa dificuldade, devido ao ciclo de memorização. Esse fenômeno é comum a muitos estudantes.

Que você possa se utilizar dessa técnica infalível, que na minha vida fez e a ainda traz muitos resultados e facilidade de aprendizado. Chega de decorar, mude a forma de estudar, seja inteligente e opte por uma memorização consolidável.

Francisney Liberato é auditor do Tribunal de Contas.



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