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Opinião
Sábado - 20 de Julho de 2024 às 00:13
Por: Carlos Aburad

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O Brasil deve ter 704 mil novos casos de câncer por ano em 2024 e 2025. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em um estudo que abrange o triênio de 2023 a 2025. O câncer mais incidente no país é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). Em homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões do Brasil, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

Os números da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, do Inca, causam espanto, mas é preciso fazer um alerta importante. A descoberta precoce do câncer pode fazer a diferença entre a vida e a morte. O trabalho de uma equipe multidisciplinar tem se mostrado extremamente eficaz nesse processo.

Com médicos especialistas e patologistas atuando de forma integrada, é possível realizar a primeira análise e definir rapidamente o tipo de tratamento adequado para cada paciente. Essa prática garante qualidade, segurança e confiabilidade nos resultados dos exames. O tratamento é mais assertivo dessa forma e, certamente, há maior chance de recuperação do paciente.

A estatística do INCA mostrou que foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no país, dois a mais do que no levantamento anterior. A inclusão do câncer de pâncreas e de fígado na lista dos mais incidentes reflete a preocupação com problemas de saúde pública em diversas regiões.

Se for analisar por região, o câncer de fígado aparece entre os 10 mais incidentes na região Norte. Ele está relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas está entre os 10 mais incidentes na região Sul. Os seus principais fatores de risco são a obesidade e o tabagismo.

Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o câncer de cólon e reto estão na segunda ou terceira posição. Nas regiões de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente entre a população masculina. Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal. Nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

Neste cenário numérico, a biópsia é um procedimento fundamental para o diagnóstico do câncer. O paciente tem um fragmento de tecido coletado para análise para confirmar se a suspeita de câncer é procedente. O material coletado é encaminhado para exames mais complexos, como os anatomopatológicos, os citopatológicos e os imunohistoquímicos. São estes exames que vão definir o tipo de doença. A partir desses resultados, os médicos oncologistas e especialistas vão resolver qual é o melhor tratamento para os pacientes.

É importante ressaltar que um diagnóstico preciso e rápido, que acontece quando existe uma equipe multidisciplinar, é essencial. Essa atuação conjunta de especialistas melhora as chances de recuperação do paciente.

O combate ao câncer no Brasil depende da implementação dessa prática e do apoio a políticas públicas. Com 704 mil novos casos anuais, a luta contra o câncer exige um esforço conjunto e estratégias eficazes para garantir a melhor resposta possível aos pacientes.

* Carlos Aburad é médico patologista do CPC Aburad Diagnóstico



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