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Opinião
Quinta - 06 de Março de 2025 às 00:02
Por: Júlio D. Campos Neto

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A alguns anos atrás, em 2019 mais especificamente, iniciamos na propriedade Fazenda Futurista no município de Chapada dos Guimarães-MT uma criação de galinhas poedeiras para a produção de ovos caipiras seguindo as normas internacionais de bem estar animal.

Houve uma necessidade de se reajustar o preço do ovo devido ao aumento dos custos indiretos do produtor

Com o advento dos pedidos de terceiros para consumir os nossos ovos, passamos a produzir uma maior quantidade de ovos caipiras para atender essa demanda e passamos também a fornecer para supermercados de Chapada, Cuiabá e Várzea Grande.

Esta introdução serve para balizar o conhecimento que possuímos no tema deste artigo que é o atual preço desta importante proteína para as famílias brasileiras e que devido ao seu aumento de preço se tornou destaque das matérias jornalísticas nacionais na área econômica e política.

Apesar da impressão exterior que criar galinhas é simples e que o ovo sempre foi uma proteína barata, existem inúmeras dificuldades e custos para levar este alimento com qualidade para a mesa dos consumidores.


Os principais custos diretos na produção de ovos consiste na aquisição das pintainhas, ração para a sua alimentação, mão de obra treinada, energia elétrica, vacinas, água tratada, embalagens e material de limpeza. Além dos custos diretos há outros custos como o transporte, combustível, uniforme, marketing do produto, EPI´s e etc...

Nós, produtores rurais, buscamos através do poder de negociação com os nossos fornecedores a controlar os custos “da porteira pra dentro” que são os custos ligados diretamente a produção agrícola, porém não possuímos poder de barganha para controlar os custos “da porteira pra fora” que impactam o preço final da produção como o preço dos combustíveis, veículo, energia e despesas da cidade.

O produtor rural produz na sua propriedade mas tem sua família na cidade e essas despesas indiretas fazem parte dos custos indiretos que vão sempre impactar o valor final dos alimentos que está na mesa das famílias brasileiras.

De 2020 a 2024, mesmo durante a pandemia mundial de Corona Vírus, produtores rurais de todos os cantos desse país continuaram a trabalhar incansavelmente para evitar o desabastecimento alimentício e cunhamos a célebre frase “ O Agro não para”.

Além de todos os riscos sanitários da época, observamos as dificuldades que os cidadãos do nosso país passavam para manter suas rendas e buscamos arduamente a manutenção dos preços dos ovos e o aumento da produtividade para que ovo se tornasse o alimento de sobrevivência principalmente da classe econômica mais pobre.

Agora em 2025, houve uma necessidade de se reajustar o preço do ovo devido ao aumento dos custos indiretos do produtor e também ao represamento do preço final do ovo que desde 2020 não sofria reajuste desde a pandemia por ética do produtor e dificuldades de renda do consumidor.

Júlio D. Campos Neto é administrador de empresas e produtor rural.



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