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Politica Brasil
Sexta - 04 de Março de 2011 às 10:05

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Um dia depois de ter perdido a cadeira na Casa de Rui Barbosa, o sociólogo Emir Sader era apontado, no Palácio do Planalto e no Ministério da Cultura (MinC) como alguém que, de certo modo, "caiu para cima".

Sader teve a nomeação para a entidade cancelada depois de chamar a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, de "meio autista".

A declaração foi feita numa entrevista concedida à Folha a propósito de seu desejo de transformar a Casa de Rui Barbosa, tradicionalmente dedicada à preservação de acervos literários, em um centro de discussões sobre as realizações de Lula.

Foi-se a casa, mas permaneceu intacto o projeto. Fontes ligadas ao MinC revelaram à Folha que o sociólogo será um importante colaborador do Instituto Lula, a ser inaugurado em breve.

O instituto, presidido por Paulo Okamoto, atuará numa série de frentes. A Sader caberia o Instituto de Políticas Públicas, que, se vingar, funcionará no Rio de Janeiro.
Além de colaborar com o instituto do ex-presidente, o sociólogo deve levar adiante, em outro lugar, seus planos para Casa de Rui Barbosa.

Pelo que a Folha apurou, o centro de reflexões sobre a era Lula terá apoio do Planalto --provavelmente via patrocínio de estatais-- e estará ligado à UERJ (Universidade Estadual do Rio) e à Flacso (Faculdade Latino-Americana da Ciências Sociais).

Outro indicativo de que a saída do sociólogo não significou uma vitória de Hollanda é que, para o seu lugar, foi escolhido o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Eles são amigos.

A indicação de Santos teria sido decidida não pelo MinC, e sim pelo Planalto.

CASA APAZIGUADA

Santos, após a indicação, fez questão de dizer que Sader "é e continua sendo um intelectual de muito respeito e muita estima".

Ainda assim, demonstrou não concordar com sua proposta de levar a agenda política para dentro da instituição. Para ele, a Casa de Rui Barbosa "tem uma sólida reputação e um trabalho competente" e suas atividades devem ser mantidas.

Ele observa que a manutenção do trabalho atual não exclui renovações, mas pondera: esse processo deve obedecer ao movimento que já acontece internamente, como no caso dos estudos literários e filológicos.

Os aspectos mais práticos da nova gestão serão discutidos com a ministra Ana de Hollanda durante o feriado de Carnaval ou na semana seguinte, disse ele.






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