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Internacional
Segunda - 28 de Fevereiro de 2011 às 21:50

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O líder líbio, Muammar Kadafi, cada vez mais isolado em seu reduto em Trípoli e pressionado pela comunidade internacional, encarregou nesta segunda-feira o responsável dos serviços secretos exteriores, Abuzed Dorda, a dialogar com os rebeldes do leste do país.

Além da tentativa de diálogo com a oposição, que controla a região leste do país e várias cidades do oeste, Muammar Kadafi tratou de estabelecer contato com os responsáveis máximos das tribos, mas estes rejeitaram as negociações, segundo um correspondente da emissora "Al Jazeera".

O novo movimento de Kadafi se produz um dia depois que Abdelhafiz Hoga, porta-voz da coalizão revolucionária do leste de Líbia, formada por opositores rebeldes, afirmasse que, do seu ponto de vista, não se pode negociar com Kadafi depois do derramamento de sangue causado pelas Forças de segurança do regime.

No entanto, em Benghazi - sede temporária do principal órgão dirigente das Forças opositoras - Hoga precisou que a coalizão, que se encarrega de coordenar os conselhos populares das povoações controladas pelos rebeldes, ainda não tinha tomado uma decisão sobre um possível diálogo com Kadafi.

Coincidindo com tais ofertas, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira a mobilização de suas Forças militares para pressionar o regime líbio e, a secretária de Estado, Hillary Clinton, não descartou a opção de declarar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia para que os aviões de Kadafi não possam bombardear partes do país, como ocorreu nesta segunda-feira.

Perante as crescentes pressões, o líder líbio, que já há poucos dias se questionava onde estava a Irmandade Árabe, manifestou que se sente traído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e abandonado pelo Ocidente.

Mas ao tempo que mantinha diálogo, Kadafi ordenava suas Forças aéreas para atacarem várias zonas do país em poder dos rebeldes.

Pelo menos dois helicópteros das Forças de segurança fiéis ao regime de Kadafi foram derrubados nesta segunda-feira próximo a cidade de Misrata, cerca de 200 quilômetros ao leste de Trípoli, quando tentavam bombardear a sede da rádio local.

O advogado Abdel Baset Merziq, membro do comitê revolucionário de Misrata, disse à emissora "Al Arabiya" que o primeiro helicóptero foi abatido antes que disparasse, mas o segundo lançou três mísseis, que não causaram vítimas, antes de ser derrubado perto desta localidade.

Por sua parte, o ativista político Meftah Abdelhamid assegurou que um batalhão dirigido por um dos filhos de Kadafi ocupou uma escola da aviação militar, ao sudoeste da cidade, e mantém em seu poder como reféns cerca de 500 estudantes.

O ativista acrescentou que os rebeldes lançam regularmente ataques contra esse batalhão, sem que tenham até o momento libertado os reféns.

Além disso, um avião militar das Forças leais a Kadafi bombardeou nesta segunda-feira um depósito de armas perto do quartel de Hania, na região de Edjibiya, cerca de 200 quilômetros ao sudoeste de Benghazi.

Kadafi decidiu nesta segunda-feira afastar do poder seu cunhado Abdullah Senussi, que comandava até agora suas forças leais e era o número dois dos serviços secretos exteriores líbios.

Enquanto a tensão continua sendo o assunto dominante em grande parte do país, mais de mil pessoas voltaram a se concentrar na praça dos Julgados de Benghazi para exigir a queda de Kadafi e solidarizar-se com os manifestantes das cidades que continuam sob o controle do líder líbio.

Levantando bandeiras tricolores da época da independência e entre hinos nacionalistas, os manifestantes acompanharam a emissão ao vivo da "Al Jazeera", projetada sobre na antiga sede dos Julgados.

Cada vez que a televisão mostrava imagens do líder líbio, se escutaram centenas de gritos e insultos contra Kadafi e dezenas de sapatos foram lançados contra a imagem em sinal de ódio para ao que consideram "um opressor".





Fonte: EFE

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