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Internacional
Sexta - 25 de Fevereiro de 2011 às 06:06

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Uma espessa tempestade de areia recebe os estrangeiros que escapam da Líbia para o Egito. Mesmo assim, poucos pensam em voltar.

Na cidade de Salloum, a última em território egípcio antes da divisa com território líbio, uma longa fila de vans está à espera dos milhares que ainda devem chegar.

Embora em número menor do que nos dias anteriores, o êxodo continuou ontem juntando egípcios, nepaleses, bengalis, filipinos e coreanos na mesma rota de fuga.

Acampadas no terminal, centenas de pessoas esperam autorização e transporte de suas empresas para sair.

Dolraj Bike, nepalês que trabalhava há nove meses na construção de um aeroporto na cidade de Derna, conta que muitos operários estrangeiros foram agredidos e roubados à mão armada.

"Nos piores dias de violência, vi gente se enfrentando com facas e paus na rua, mas também houve muitos saques e vandalismo", disse Bike, que dispensará o salário de US$ 250 por mês e nem pensa em cumprir o contrato de dois anos com a empresa de construção sul-coreana.

A maioria dos trabalhadores em fuga é de egípcios. Eles, no entanto, são ainda apenas uma pequena parte dos quase 2 milhões que vivem no país vizinho.

O QUE DEU PARA LEVAR

Rami Ahmed atravessou a fronteira com o Egito carregando uma televisão de 15 polegadas em uma das mãos e um edredon na outra.

"Foi o que deu para levar", disse ele. A fábrica de roupas em que Ahmed trabalhava foi incendiada num dos primeiros dias da revolta.

"Os líbios têm raiva dos estrangeiros porque eles pegam os empregos deles", afirmou Ahmed.

Mas, na fronteira, também havia sinais explícitos de solidariedade entre os vizinhos egípcios e líbios. Dono de uma locadora de carros, Diaa dirigiu quase 300 km até a fronteira com a Líbia para manifestar apoio à revolta.

"Já fizemos a nossa saura [revolução]", afirmou Diaa. "Agora que demos o exemplo, temos de apoiá-los."






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