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Segunda - 14 de Fevereiro de 2011 às 16:34
Por: Isa Souza

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Tarcíscio Bassan (destaque), do Crea-MT, avalia que custo do Rodoanel será ampliado após paralisação
Tarcíscio Bassan (destaque), do Crea-MT, avalia que custo do Rodoanel será ampliado após paralisação

A paralisação das obras do Rodoanel, em Cuiabá, pode custar mais caro que o previsto para os cofres públicos. A análise é do presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), engenheiro civil Tarciso Bassan.

Paralisada desde 2008, a construção do Rodoanel estava prevista para custar, no total, R$ 42 milhões. Porém, foram liberados, até o momento, R$ 19 milhões, que permitiram a construção dos únicos 8 quilômetros de asfalto existentes. Desse deste montante, pelo menos R$ 10 milhões teriam sido desviados.

Para o presidente do Crea, o maior inimigo da pavimentação é a água. O que significa dizer que os mesmos 8 quilômetros já asfaltados deverão passar por reformas, devido a falta de escoamento das águas pluviais e a falta de terraplanagem em alguns trechos.

"Toda obra que é paralisada gera custos adicionais", disse Bassan, que, no entanto, não apontou para um montante, considerando que o Crea-MT não dispõe de cópias do projeto inicial da obra.

Acompanhado de vereadores e jornalistas, Bassan visitou, no fim de semana, a obra, localizada entre o Distrito Industrial de Cuiabá e o Distrito da Guia, distante 25 km do centro da Capital, e com extensão total de 39,6 quilômetros. Convidados, engenheiros do DNIT e da Prefeitura não compareceram.

A suspeita do "rombo" recaiu sobre o próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), que, juntamente com a Prefeitura de Cuiabá, é responsável pela obra.

O escândalo estourou no final de janeiro passado, quando o empresário Luis Francisco Félix, o "Kaxito", acusou o diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot, e o superintendente da autarquia em Mato Grosso, Nilton de Britto, de arquitetarem um "esquema" contra a sua construtora, a Conspav Pavimentação Ltda., responsável pelas obras do Rodoanel.

O órgão pretende fazer uma nova licitação, sem a participação da Prefeitura.

CPI na Câmara

Na última sexta-feira (11), o vereador Domingos Sávio (PMDB) defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Municipal, para que a Prefeitura de Cuiabá forneça detalhes sobre as obras de construção do Rodoanel.

O Legislativo entrou na discussão da obra de infraestrutura viária, iniciada a gestão de Wilson Santos (PSDB) e paralisada na administração do petebista Chico Galindo.

Para Sávio, é imperativo que medidas sejam tomadas para se esclarecer, o mais rápido possível, o que ocorreu no processo licitatório da obra. A visita ao local, inclusive, foi feita com o objetivo de verificar in loco a situação atual da obra.

"A Câmara já solicitou todos os documentos licitatórios e vamos usar todas as ferramentas possíveis para que sejam esclarecidos os fatos que podem ter levado ao suposto desvio de verba", afirmou o parlamentar.

Apesar de apontar a CPI como um recurso, o vereador ainda citou a possibilidade de acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) e também o Ministério Público Federal (MPF). Os recursos para a construção do sistema são da União e repassados à Prefeitura da Capital.






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