Jayme e Maggi são contra salários extras; já Taques não se posiciona
Jayme e Maggi são contra salários extras; já Taques não se posiciona
João Negrão, de Brasília
Os senadores mato-grossenses Jayme Campos (DEM) e Blairo Maggi (PR) são favoráveis à extinção dos subsídios extras que os parlamentares recebem no início e fim de cada ano. As verbas são chamadas de 14º e 15º salários. A proposta de extingui-la foi apresentada pela senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), por meio do Projeto de Decreto Legislativo 71/11. Já o senador Pedro Taques disse não conhecer a proposta e que se pronunciaria depois.
Se esses salários extras forem extintos, o Congresso Nacional terá uma economia anual de R$ 24 milhões. A existência desses subsídios é tida como uma das “vergonhas” no parlamento. Junto com ela, o reajuste de 62% nos vencimentos dos parlamentares tem provocado muitos protestos dentro e fora do Congresso. Outra é a posse de parlamentares durante o recesso do Congresso, também alvo de outro projeto da petista.
O senador Jayme Campos disse que não há necessidade do pagamento dos extras, porque a sua justificativa era para cobrir despesas com viagens e mudanças a cada ano. “Não precisamos disso, pois o que o senador recebe já é suficiente para cobrir todas as suas despesas”, afirmou. Blairo Maggi, por sua vez, alerta que “isso não é uma coisa comum” para os demais trabalhadores brasileiros. “O trabalhador brasileiro em geral tem direito apenas ao 13º salário. Não é bom termos esse privilégio”, acrescentou.
Jayme garante que vai propor corte na verba que cada senador tem direito mensalmente para pagar passagens aéreas. Esse montante é pago de acordo com o Estado do parlamentar. Quando mais distante for de Brasília, maior é o valor do recurso. No caso de Mato Grosso, cada senador tem direito a R$ 17 mil por mês. Jayme acredita que esse valor pode ser reduzido para no máximo R$ 5 mil.
“Eu gasto menos que isso todos os meses. Tanto que devolvi quase R$ 160 mil no ano passado, porque não tive necessidade de usar”, afirmou o senador democrata. A verba para passagens aéreas pode ser usada somente para o senador. Ele não pode emitir bilhete em nome de outras pessoas. É ilegal. Por isso, quando não gasta tudo, tem que devolver a diferença.
Já Maggi defende que o subsídio seja opcional. “Eu entendo que tem parlamentar que não consegue arcar com suas despesas. Então ele tem direito. Acho que deveria ser opcional. Há senadores que não precisam. Eu por exemplo não tenho problema para me locomover, assim como outros”, disse, supostamente se referindo ao fato de ter seu próprio jatinho e raramente usar aviões de carreira.
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