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Alvaro Dias diz que pedido de R$ 1,6 milhão em aposentadoria era para caridade
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que, ao solicitar R$ 1,6 milhão em aposentadoria retroativa para ex-governadores, tinha planos de direcionar o dinheiro a instituições de caridade.
Veio à tona ontem o pedido de Dias, que governou o Paraná entre 1986 e 1991, para receber cinco anos da pensão vitalícia. São 65 pagamentos de R$ 24,8 mil (13º salário incluso), cuja aprovação ainda depende da Procuradoria do Estado.
A ideia de destinar a quantia à filantropia, segundo Dias, vem sido amadurecida desde 2007 e só não vingou antes porque ele preferiu esperar a maré eleitoral sossegar antes de recorrer ao Estado.
Enquanto isso, disse ter preferido não "alardear" sobre o projeto, pois "não pretendia fazer propaganda".
Em junho de 2010, José Serra escolheu o tucano para ocupar a vaga de vice-presidente em sua chapa. No mesmo mês, a decisão caiu, e o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) ficou com a vaga.
Caridade também foi o destino declarado dos R$ 24,8 mil que Dias recebe desde novembro, quando finalmente solicitou o benefício --quase duas décadas após deixar o governo.
De acordo com ele, a primeira doação ocorreu em 30 de novembro, para uma entidade que mantém creche em uma área pobre de Curitiba.
Disse ter documentos para comprovar os depósitos e foi específico: "Com imposto de renda, deu R$ 18.673,21. Repasso até os centavos!".
O senador afirmou que, ao chegar ao governo paranaense, tentou eliminar o benefício. Em vão. "Encaminhei à Assembleia, mas o projeto sequer foi votado. Na época não houve nem repercussão, nem apoio."
Senador desde 1999, com vencimento de R$ 26,7 mil após reajuste aprovado em dezembro, ele exaltou o fato de nunca ter requerido a aposentadoria vitalícia.
Calcula perda de R$ 6,4 milhões nesse período. Pediu cinco anos porque esse é o teto para concessão de valores retroativos.
Também afirmou que era o único ex-governador do Paraná a abrir mão do benefício. Mudou de ideia nos últimos anos, quando decidiu atender às demandas de entidades filantrópicas.
Lembrou, ainda, que cumpriu seu mandato "até o último minuto" e, sem disputar eleição, ficou sem mandato por oito anos.
Questionado sobre uma possível revisão da lei que concede o benefício, defendeu regulamentação. "Acho incrível alguém que tenha 10 dias [como ex-governador] e receba dinheiro."
Mas não defendeu o fim da pensão vitalícia. "Tem político que termina vida política aos 85 anos, pobre, e sem aposentadoria", justificou.
Reportagem da Folha revelou nesta sexta-feira (21) que, apesar de a Constituição Federal de 1988 ter eliminado as pensões para ex-presidentes, os benefícios continuam sendo pagos a ex-governadores de ao menos dez Estados (AM, MA, MG, PA, PB, PR, RO, RS, SE e SC).
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