Genoino deve assumir assessoria especial do Ministério da Defesa
Ex-guerrilheiro que atuou no conflito do Araguaia, o deputado José Genoino (PT-SP) deve ser o braço direito do ministro Nelson Jobim (Defesa) para assuntos relacionados ao Congresso.
Genoino é o segundo suplente na Câmara, mas não deve conseguir exercer o mandato na próxima Legislatura, que tem início em fevereiro. Por isso, congressistas do partido atuam para que ele seja nomeado assessor especial do ministério.
Petistas ligados ao deputado dizem que o convite já aconteceu. No entanto, Genoino evitou comentar o assunto. "Tenho uma relação política muito forte com o Jobim. Sempre o ajudei na Defesa e defendo muito o trabalho que ele está fazendo. Sempre tive uma relação institucional, de muito diálogo com as Forças Armadas, mas só tomarei decisões a partir de fevereiro, até lá ainda sou deputado."
Durante sua atuação como parlamentar, Genoino ajudou o governo em assuntos relacionados à pasta, como a elaboração do projeto da Comissão da Verdade, que tem a finalidade de examinar e esclarecer violações de direitos humanos praticadas durante o regime militar, e o Plano Nacional de Defesa, que reforça o papel das Forças Armadas.
Apesar de sua atuação na guerrilha e de ter sido preso durante o regime militar, Genoino já foi condecorado pela Marinha, Aeronáutica e Exército. "Entendo a importância das Forças, não há nenhum rancor", disse.
Genoino teve que renunciar à presidência do PT após o escândalo do mensalão, em 2005. Desde então, perdeu espaço e visibilidade.
Além da votação da Comissão da Verdade, um dos principais problemas que a pasta tem pela frente é a definição da compra de 36 caças para a FAB.
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