PTB quer cargos na Câmara para apoiar petista Marco Maia
Em mais uma etapa de conversas para a sua eleição como presidente da Câmara, o deputado Marco Maia (PT-RS) se reúne no final da tarde desta quinta-feira, em Brasília, com o PTB.
A exigência do partido para confirmar o apoio ao petista é, "no mínimo", a permanência dos cargos que ocupa hoje dentro da Casa: uma presidência de comissão e uma titularidade na Mesa Diretora.
Atualmente, o PTB comanda a Comissão do Trabalho e a quarta-secretaria. A ideia é manter Nelson Marquezelli (PTB-SP) na Mesa, mas ainda não há definição de um nome para comissão.
"Isso aqui é um jogo de forças e nós queremos, no mínimo, manter o que já temos hoje. Pode ser uma comissão equivalente à do Trabalho, mas queremos uma presidência e a Mesa", disse o líder da bancada, deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
Questionado sobre a possibilidade de o partido apoiar outro candidato, que não seja Marco Maia, Arantes respondeu: "eu sou adepto ao lema de quanto mais candidaturas melhor. Acho a imposição muito ruim".
Assim como o PMDB e o PDT, o PTB também usa o salário mínimo para conseguir o seu desejo na Câmara. "Temos a obrigação de votar o salário mínimo, mas eu não me sinto bem, tendo um salário acima da média ter que votar. Por mim, eu colocaria um valor muito maior", disse Arantes.
Ao chegar em Brasília, Marco Maia disse que não há espaço na Casa para atender a reivindicação de todos os partidos. "São 22 legendas e apenas 11 cargos na Mesa", disse. Segundo ele, os deputados petistas João Paulo Cunha (SP) e Arlindo Chinaglia (SP) ficaram responsáveis por colher as informações e fazer um "mapa" dos desejos de cada bancada. O documento será analisado em seguida para a distribuição de cargos.
Pela manhã, Marco Maia esteve em São Paulo e se reuniu com a bancada do PDT. O partido tenta arrancar do governo um aumento do salário mínimo acima dos R$ 540 anunciados em dezembro. Além disso, reivindica a nomeação do senador Osmar Dias (PDT-PR) para a presidência de Itaipu e do deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS) para o comando da Eletrosul.
Maia disse que também conversou com Valdemar Costa Neto, do PR, sobre a possibilidade de Sandro Mabel (PR-GO) lançar sua candidatura à presidência da Câmara. "Ele me disse que o lançamento de outras candidaturas não é institucional do PR e que o partido que deve marchar junto comigo".
O deputado também comentou a insatisfação de demais partidos aliados na distribuição de cargos do segundo escalão, como o PSC, conforme revelou hoje o "Painel" da Folha. "Eles têm o direito de reivindicar espaços e não tenho dúvida que o governo irá atendê-lo. O PSC é um partido que cresceu muito, por isso, a vez deles chegará", disse.
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