Presidente da Câmara diz que insatisfações não devem contaminar eleições no Legislativo

O atual presidente da Câmara e candidato para permanecer no cargo, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou na tarde desta terça-feira que as insatisfações na distribuição de cargos de segundo escalão do governo não devem contaminar as eleições da Mesa Diretora da Casa, que acontecerão no começo de fevereiro.

Mesmo assim, Maia classificou a decisão de congelar as indicações, anunciada mais cedo pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), como uma "medida inteligente".

"Sempre é inteligente a gente conversar para tomar decisões. Neste caso, quanto mais diálogo e menos movimentos bruscos melhor para ajustar aqui na Câmara", disse ele. "O que acontece no Executivo fica restrito ao Executivo e o mesmo com o Legislativo", completou.

Ainda sobre a tensão entre as duas legendas, o novo líder do PT na Casa, Paulo Teixeira (SP), disse que a relação com o PMDB precisa ser menos "estridente daqui para frente". Segundo ele, toda essa situação será "pedagógica para criar um "modus operandi" nas relações partidárias". "Esta é uma relação que tem que ser muito bem cuidada", completou.

As afirmações de Maia e Teixeira foram dadas após reunião da cúpula do PMDB, no apartamento funcional de Temer. A relação entre os dois partidos está fragilizada e, por isso, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu por colocar as nomeações em suspenso até fevereiro, para que o assunto não contamine a eleição no Congresso.

O temor é que o PMDB possa retaliar o governo elegendo um outro deputado, que não seja o petista.

Após a reunião dos peemedebistas, o líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), mandou um sinal de que a retaliação pode vir também na votação da medida provisória que elevou o salário mínimo de R$ 510 para R$ 540.

"Queremos discutir, queremos que a área econômica nos convença desse valor. Essa não tem que ser uma decisão partidária, mas a que representa o melhor para o país", afirmou Eduardo Alves.