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Sexta - 31 de Dezembro de 2010 às 11:27

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Divulgação/PT
Futuro articulador político, Luiz Sérgio nega que sua indicação representará um renascimento do poder de Dirceu
Futuro articulador político, Luiz Sérgio nega que sua indicação representará um renascimento do poder de Dirceu

Futuro articulador político do novo governo, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) nega que sua indicação para o Ministério das Relações Institucionais representará um renascimento do poder de José Dirceu, de quem é amigo. "Só falei com ele duas ou três vezes nos últimos anos", diz Sérgio sobre o ex-ministro da Casa Civil, que caiu em 2005 devido ao escândalo do mensalão.

Dirceu, que é réu no Supremo Tribunal Federal sob a acusação de chefiar o esquema, foi cassado pela Câmara também em 2005, mas integra o Diretório Nacional do PT e participou das articulações de bastidores durante a campanha de Dilma Rousseff.

Sobre a disputa para a presidência da Câmara, Luiz Sérgio diz que a eleição de um aliado é uma "necessidade estratégica" do governo e que os partidos da base têm de respeitar a escolha do PT. Três vezes deputado federal, Luiz Sérgio foi líder da bancada do PT em 2007 e relator da CPI dos Cartões Corporativos. É autor de um projeto que regulamenta a profissão de astrólogo. Justificou assim sua ideia: "É extremamente importante incutir na cultura brasileira um pensamento astrológico correto".

FOLHA - Qual será o maior desafio nesse primeiro ano no primeiro ano do governo Dilma?

LUIZ SÉRGIO - O Brasil precisa de uma reforma tributária. Ela interessa tanto à Dilma, presidente da República, quando ao (Geraldo) Alckmin, governador do PSDB. Então, o grande desafio que vejo no ministério é exatamente propiciar o debate e a formulação de propostas em torno desse tema.

E a disputa pela presidência da Câmara?

Essa é uma questão extremamente prioritária. O PT está construindo um acordo com o PMDB, porque ambos possuem as duas maiores bancadas da Câmara. Mas precisamos ter humildade para reconhecer que o PT e o PMDB, sozinhos, não conseguem realizar essa necessidade estratégica. Vamos precisar do PC do B, do PSB e do PDT. É fundamental garantir a estabilidade institucional para um governo que está se iniciando.

Mas esses partidos --PC do B, PSB e PDT-- ameaçam uma rebelião e podem lançar um candidato avulso contra o PT.

Nós, na política, precisamos sempre ter o foco naquilo que nos converge. Da mesma forma que nós não temos que interferir quando cabe ao PC do B, ao PSB e ao PDT escolher seus candidatos à Mesa (Diretora), para compor o governo

O ex-ministro José Dirceu terá alguma influência dentro do Palácio do Planalto, no seu ministério?

Isso é mais uma versão do que um fato.

Como assim?

Ao longo dos últimos anos, eu devo ter conversado duas ou três vezes com o Zé Dirceu. A convivência foi grande porque ele foi deputado e eu fui deputado também. Eu fui da direção do PT e ele da direção nacional, então a minha ligação é tão grande com o Zé Dirceu como foi com o (Luiz) Gushiken quando ele foi presidente do partido.

O senhor fará a ponte do governo com o Congresso e demais entes da federação. O futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, tem atribuições políticas de articulação. O senhor vê risco de bater cabeça com o colega?

De forma alguma, porque a interface com o Congresso e a relação com os governadores se dão no Ministério das Relações Institucionais. O gabinete civil, evidentemente, tem um papel também de articular, mas esses papeis estão muito bem definidos.






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