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Cidades/Geral
Quinta - 30 de Dezembro de 2010 às 08:10

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Os trabalhadores da indústria são afetados diretamente pelos revezes da Economia. No setor madeireiro, por exemplo, trabalhadores ainda sentem os efeitos da Operação Curupira, que, em agosto de 2005, prendeu 16 pessoas envolvidas com irregularidades em transações com madeira. O aumento das exigências para a realização destas transações tem feito as empresas trabalharem somente com a quantidade limite de matéria-prima, e sem capital de giro.

No Estado, há cerca de 120 empresas madeireiras, sendo que 70% são médias e pequenas. De acordo com o sindicato da categoria (Stimad), cerca de 50% das empresas atuam na informalidade, principalmente em Cuiabá e Várzea Grande, onde as pequenas empresas familiares se proliferam, muitas vezes oferecendo condições de trabalho inadequadas, desrespeitando a legislação trabalhista.

O presidente do Stimad, Antônio Alves Feitosa, avalia que a atividade moveleira   “está em fase terminal”,   principalmente em Cuiabá e Várzea Grande. Antes, os níveis de demissão eram de cerca de 10% a 15% e as contratações atingiam 5%. Hoje, embora as demissões continuem, as contratações ficam abaixo dos 5%. Ele cita o exemplo da empresa SUMAPE, em Várzea Grande, cujo número de funcionários caiu drasticamente. “A maioria dos trabalhadores migra para a indústria da construção civil e cerâmica, em funções que não exige muita qualificação. A maioria deles é de fora do Estado, então acabam voltando ao seu lugar de origem”.

Vestuário

No setor de vestuário, a abertura da empresa Vicunha Têxtil em 2011 está animando a expectativa de geração de empregos para operadores têxteis, costureira e outros profissionais.  A partir de 2011, a fiscalização nas empresas será mais rigorosa, comenta a presidente do sindicato (STIV), Claudete Azevedo. “O assédio moral é um grande problema que enfrentamos, pelo fato de 80% dos trabalhadores serem mulheres. Outro problema é a carga excessiva de trabalho e falta de pagamento de horas extras”, diz ela, lembrando que o período letivo e a época pré-Carnaval são as mais preocupantes, graças ao aumento da demanda por uniformes. Lesões por esforços repetitivos, problemas na coluna e circulação são comuns entre os trabalhadores. Outro problema apontado por ela é a preferência das empresas pelo serviço de facção, que é a terceirização da confecção das peças. “Os empresários querem esse sistema. A mão-de-obra fica mais barata, pois não pagam nenhum encargo social. Mas os empregados faccionistas correm mais risco ainda de um acidente de trabalho, pois as condições de trabalho são precárias, já que existe muita informalidade no setor”, explicou Claudete.

O setor do vestuário conta com cerca de 200 empresas somente em Cuiabá e Várzea Grande, metade das quais são médias e pequenas. Ao todo, 4 mil funcionários atuam no setor.

Cerâmica

Com cerca de mil empregados em Cuiabá e Várzea Grande, o setor de cerâmica, pré-moldados e artefatos de cimento também deverá ser impactado pelas obras da Copa de 2014, avalia o presidente do sindicato, Odair Cirino Campos. Segundo ele, o nível de emprego teve incremento de 20% em 2010, sendo 30% a 40% de crescimento no crescimento das empresas. “Temos feito um acompanhamento constante e não temos notado muitas irregularidades quanto à legislação trabalhista neste setor. Porém, precisamos ainda melhorar os salários e combater a informalidade, que é uma das grandes responsáveis pelo descumprimento da legislação”.

Os sindicatos são filiados à Federação Estadual dos Trabalhadores na Indústria do Estado de Mato Grosso (FETIEMT).






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