Cientistas testam fotossíntese artificial, que pode produzir combustível "verde"
Cientistas dos EUA e da Suíça estão tentando imitar o que as plantas fazem ao converter CO2 e água em carboidratos e oxigênio na presença de clorofila e luz do Sol.
Por meio de uma máquina do tamanho aproximado de um computador, desenvolvida pelos próprios cientistas, eles conseguiram fazer uma "fotossíntese artificial".
A invenção que, está publicada na última edição da revista científica "Science", poderá resultar em combustíveis mais sustentáveis no futuro, com base em energia solar ou hidrogênio.
O aparelho criado pelos pesquisadores captura radiação solar na sua parte superior e H2O (água) e CO2 (gás carbônico) nas laterais (veja infográfico ao lado).
No interior da máquina, em altas temperaturas, a radiação solar e os gases capturados reagem com Cério- um elemento químico bastante usado pela indústria.
A máquina, então, expele oxigênio, hidrogênio e monóxido de carbono.
"A dissociação termoquímica da água e do gás carbônico é um caminho atraente para a produção de combustível solar eficientemente e em altas taxas no futuro", explica Aldo Steinfeld, do Instituto Paul Scherrer (Suíça), um dos autores do trabalho.
A tentativa dos cientistas imitarem a natureza na produção de energia via fotossíntese não é uma novidade.
Mas a baixa eficiência das conversões já experimentadas, especialmente na redução de CO2, fez com que muitos pesquisadores desistissem da ideia.
Além de eficiente, a máquina apresentada agora pelos cientistas utiliza Cério no lugar de metais preciosos (raros e caros), testados em metodologias anteriores.
"O Cério é um óxido metálico abundante na natureza e adequado para reações de oxirredução [transferência de elétrons entre sustâncias] por causa da sua rápida de reação", disse Steinfeld.
"O material já está adequado para aplicações mais realistas", conclui.
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