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Politica Brasil
Sexta - 17 de Dezembro de 2010 às 21:03

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A nova fábrica que a Fiat Automóveis vai construir em Pernambuco foi motivo de queixas nesta sexta-feira (17) por parte do senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB). O tucano reclamou do PT mineiro, dizendo que Estado não foi informado sobre a negociação arquitetada pelo governo federal. Soube disso apenas no final do acordo.

Aécio criticou também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita, Dilma Rousseff. "Eu não sei se foi o último presente do presidente Lula a Minas ou se foi o primeiro presente da presidente Dilma."

Minas abrigou até agora todas as operações que a Fiat tem no país e mantém com a montadora italiana relação que vem desde 1976. Por isso, a falta de comunicação sobre a negociação com o governo desagradou aos tucanos.

Aécio não cobrou manifestação da Fiat. Apontou o dedo apenas para o PT de Minas e para as pessoas que cercam Dilma, caso do ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, indicado ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, embora sem citá-lo.

"Lamento a decisão, mas o que me parece mais surpreendente em todo esse processo é o silêncio da bancada do PT de Minas, o silêncio daqueles que estão próximo da atual [sic] presidente da República, e me preocupa o futuro, não simplesmente ter uma unidade em Pernambuco. Nós todos sabemos que é preciso que haja descentralização do parque automotivo, do desenvolvimento industrial do país", disse.

O governador reeleito de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), foi mais moderado na sua fala. Atribuiu essa questão a mais um episódio da "guerra fiscal" e disse ser mais um motivo para defender a reforma tributária.

"Naturalmente, nós em Minas desenvolvemos esforços para expandirmos as empresas aqui. Acredito que, de fato, nesse caso, foi uma norma excepcional criada pelo governo federal para beneficiar o Estado de Pernambuco. Eu não posso criticar os outros Estados, naturalmente, mas vamos continuar trabalhando para termos mais empresas em Minas e continuaremos combatendo a guerra fiscal."

A nova fábrica da Fiat vai ter isenção de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) até 2020. O governo fez alterações legais especificamente para a montadora italiana. O presidente Lula assinou uma medida provisória no último dia 25. A carta de intenções para a implantação da fábrica foi assinada na última terça-feira.

A planta, no complexo industrial e portuário de Suape (a 60 km de Recife) deverá estar concluída em 2014. Terá capacidade para produzir 200 mil veículos por ano.

Ao falar que a preocupação é com o "futuro", Aécio se refere a uma preocupação que vários deputados manifestavam hoje na Assembleia Legislativa. Alegavam que o fato de a fábrica estar próximo ao porto pode fazer a Fiat ir aos poucos ir priorizando a produção fora de Minas.

Nos últimos dias, a Fiat deu início a uma campanha publicitária em toda a mídia mineira para dizer que dos R$ 10 bilhões de investimentos que anunciou, 70% estão em Minas. Com essa campanha, a montadora tenta manter uma imagem positiva e frear as críticas.






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