MG: pistoleiros da Chacina de Unaí são condenados a 226 anos de prisão

Os três pistoleiros que mataram a tiros quatro funcionários do Ministério do Trabalho em 28 de janeiro de 2004, em Unaí, Noroeste de Minas Gerais, foram condenados na madrugada deste sábado a penas que, somadas, chegam a 226 anos. A juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, substituta da 9ª Vara Federal em Belo Horizonte, condenou o acusado Erinaldo de Vasconcelos da Silva a 76 anos e 20 dias pelos quatro homicídios triplamente qualificados e por formação de quadrilha; o segundo acusado, Rogério Alan Rocha Rios a 94 anos de prisão pelos mesmos crimes; e William Gomes de Miranda a 56 anos de cadeia por homicídio triplamente qualificado.

 

O julgamento dos três acusados durou quatro dias. Os homens apontados como mandantes da chacina, os fazendeiros Norberto e Antério Mânica, conhecidos como os Reis do Feijão, e outros dois envolvidos, ainda aguardam julgamento. O júri de Norberto, do cerealista Hugo Alves Pimenta e do intermediário José Alberto de Castro está marcado para o próximo dia 17 de setembro. Antério Mânica, que é prefeito de Unaí, ainda não tem júri marcado.

 

Os quatro funcionários do Ministério do Trabalho foram mortos a tiros em uma emboscada numa estrada de terra na zona rural de Unaí, região noroeste de Minas Gerais. Segundo o Ministério Público Federal, os auditores fiscais Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonsalves, em companhia do motorista Aílton Pereira de Oliveira, foram mortos quando apuravam denúncias de trabalho escravo nas propriedades dos fazendeiros Norberto Mânica e Antério Mânica, conhecidos com os Reis do Feijão por serem dois dos maiores produtores mundiais da semente.

 

Durante o júri dos três primeiros envolvidos, dois dos acusados confessaram a participação no crime. O produtor Hugo Pimenta e o pistoleiro Erinaldo de Vasconcelos da Silva disseram que o fazendeiro Norberto Mânica foi quem mandou assassinar as vítimas. Mânica teria pagado R$ 50 mil pelo serviço.